"Foi aprovado, na passada semana, o orçamento municipal, com os votos favoráveis da maioria. A oposição votou contra, com o argumento de que a proposta não se compagina com o Plano Estratégico (PE). O presidente, ao contrário, jurou a pés juntos que não senhor, que o orçamento apresentado “está em linha” com aquele plano. Convém então que nos entendamos e tentemos saber onde pretende o plano chegar, quais são os seus objectivos e a forma dos alcançar, pois, como Séneca, que o presidente citou na sua apresentação, todos estaremos de acordo que “para quem navega sem rumo todos os ventos são desfavoráveis”. Se o executivo entende que o orçamento alcança objectivos claramente definidos e a oposição entende o contrário, para que nos entendamos, não seria melhor explicar aos figueirenses quais são eles? Encontrando-se o plano aprovado para um horizonte temporal e não tendo os cidadãos participado na sua discussão, é legítimo que questionem qual o rumo que anualmente se vai consignando no orçamento municipal. Respeitando as adaptações e a flexibilidade decorrente das dinâmicas sociais e a introdução dos factores decorrentes da variação exponencial do comportamento sociedade e também as novas técnicas, citados na apresentação do PE pelo presidente. O que, aliás, não basta, porque definir o rumo pressupõe o conhecimento do porto onde se pretende ancorar. Dez anos passam depressa."
Crónica hoje publicada no jornal AS Beiras pelo eng. Daniel Santos
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