Alguém terá de ser o culpado.
Será a Manuela Ferreira Leite que não se empenhou?
Pacheco Pereira que não se calou?
Marcelo que não se comprometeu?
Terão de haver culpados, terão de ser encontrados onde quer que seja e a qualquer custo.
O culpado foi o Passos Coelho, que se tornou o pau mandado de um Paulo Portas, que por mais que se rodeie de mulheres, seja a Cardona ou a Cristas, não engana ninguém e continua a ser o político mais odiado? O culpado foi o Marco António, que não soube escolher os amigos e e teve de se esconder durante a campanha, não fosse algum magistrado da esquerda apertar-lhe os calos?
O culpado foi o Cavaco Silva, que fez um discurso que fez o PCP mudar de opiniões com cem anos?
O culpado foi o cata-vento.
Tem de haver culpados, alguém tem de ir para a fogueira, pode ser um cata-vento derrotado a ajudar Passos, pode ser o Rui Rio a acender a fogueira que queimará Passos, sabemos que vai haver uma fogueira mas só saberemos depois das presidenciais, até lá são todos apoiantes do Marcelo, pode ser que as sondagens ajudem e ele dê mais uma volta com o vento.
Se isso não suceder as presidenciais em vez de serem a segunda volta das legislativas serão a segunda de mão do fim de Passos Coelho.
Via Jumento
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário