“Quem não fala à
boca pequena naquelas figuras
que, independentemente de
se encontrarem vinculados a
instituições, mantêm o secreto
desejo de serem os DDT (Donos
Disto Tudo), de tal forma procuram
influenciar os destinos das
suas instituições, cidades, ou
mesmo do país? É claro que tais
atitudes não radicam sempre
nas mesmas razões, embora
a ambição desmedida esteja
sempre presente. Uns procuram
carreira, outros, bens materiais,
outros, o puro prazer do exercício
do poder pelo poder. Tal como
se concluiu em 1972, o DDT
é altamente nocivo. Cuidado
portanto, muita atenção. Eles
andam por aí. Na Figueira também.
E mesmo que, por alguma
razão, venham a abandonar
os seus objetivos (o que não é
fácil de admitir), os seus efeitos
mantêm-se por um período
longo. Cuidado!” Daniel Santos
Em tempo.
Para esta gente, a democracia só serve enquanto os servir.
Para nós, não deve ser um dado adquirido.
É bom estar atento.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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