Esta coisa de já ter uns anitos em cima do pelo começa a ser tramada...
Principalmente quando se continua a ter boa memória, recorda-se o tempo em que pagar impostos
significava ter água com custos limitados, electricidade com custos limitados,
transportes com custos limitados, possibilidades de acesso à saúde, à educação e a outras coisitas
que, agora, no “liberalismo”, são considerados “luxos”.
Viver numa sociedade com custos limitados, nos artigos de
primeira necessidade e acessos generalizados aos cuidados e educação e saúde, foi considerado “viver acima das possibilidades”.
Agora, dão-se subvenções a quem precisa. Por exemplo, em 2012 a FPF e a Mota-Engil estiveram no top 10 dos apoios
estatais.
“O Estado concedeu apoios de 2241 milhões de euros em 2012.
Este montante, que representa 2,86% do total da despesa do Estado, foi
concedido sob a forma de subvenções públicas a 17 542 beneficiários. Em média,
cada entidade apoiada recebeu 19 150 euros, de acordo com o relatório-síntese
da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) relativo ao ano de 2012. O documento
identifica as dez entidades privadas que receberam apoios mais avultados.
A lista é liderada pela Cruz Vermelha Portuguesa, mas inclui
também a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a construtora Mota-Engil. A
FPF recebeu 8,8 milhões de euros para o pagamento da dívida fiscal dos clubes
de futebol ao abrigo do chamado Totonegócio. Este acordo prevê que as verbas
atribuídas pelos jogos sociais aos clubes de futebol sejam transferidas para a
federação até ao pagamento de dívidas fiscais. No caso da Mota-Engil, a
subvenção de 8,142 milhões de euros é justificada com o pagamento de obras de
interesse turístico relativo à construção do novo Museu dos Coches, em Lisboa.”
Porque será, que, agora, que já estamos a “viver abaixo das nossas possibilidades” - tudo o que era de acesso liberal
passou a ser de acesso privado -, os impostos não baixam?..
Antes pelo contrário!..
Porque será?..
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