As dificuldades estão no dia-a-dia das pessoas e das famílias e entram pelos olhos dentro.
Só não vê, quem não quer mesmo ver: “num único mês, em março, o Rendimento Social de Inserção passou a ter 6359 novos beneficiários fazendo com que este apoio chegue a 329 274 pessoas.”
É a falta emprego e o emprego que se perde, é a queda abrupta do poder de compra, é a falta de comida na mesa, são as crianças que vão para a escola com a barriga a dar horas, é o dinheiro que não chega para os medicamentos, são as contas que vão ficando por pagar…
Já não dá para esconder…
Pode ser fácil aos governantes brincarem com as palavras, mas, nos dias que correm, é impossível alterar a terrível realidade…
Os números são de arrepiar!
“
"No final do primeiro trimestre, o Rendimento Social de Inserção estava já a chegar a 329 274 pessoas, o número mais alto desde novembro de 2010.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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