Segundo o que veio a público em jornais locais e regionais, “a administração do Hospital Distrital da Figueira, apresentou aos ministérios da Saúde e Finanças, um conjunto de medidas para corresponder aos objectivos impostos de diminuição de 11% dos custos operacionais para o Plano de Desempenho de 2012”.
Já para este ano, “os gastos no Hospital da Figueira têm de “emagrecer” 5 milhões”.
Todavia, o presidente do conselho de administração daquela unidade de saúde não informa quais as soluções propostas no concreto.
Todavia, a verdade, sobre o que vai acontecer ao HDFF, está mesmo à frente dos nossos olhos. O fim desta telenovela já tem o guião escrito e aprovado. Falta só começar a rodar o filme.
Lembram-se do desenrolar do folhetim que conduziu ao encerramento da Maternidade?..
Só não vê quem não quer!..
Eu sei que a verdade é profundamente desinteressante…
Recorde-se, que desde que a Maternidade do Hospital Distrital da Figueira encerrou, em 2005, nasceram oito crianças figueirenses em ambulâncias, a caminho de Coimbra. A maioria nasceu na auto-estrada Em 2005, nasceram duas; em 2007, três; em 2008, duas; em 2010, uma.
Com o fecho do Bloco de Partos, o anterior governo prometeu melhores condições nos serviços prestados pelo HDFF aos utentes.
Elas aí estão à vista…
Recorde-se, também, que os partidos agora no poder já esqueceram que estavam contra o encerramento da Maternidade da Figueira da Foz.
Os políticos do sistema comem imenso queijo!..
O assunto é sério, mas como diz um amigo meu em tom de brincadeira: "Esta gente é de desconfiar. Nunca dizem a verdade toda. Não diziam que iam fechar a maternidade: era só o bloco de partos. Agora, se fecharem o bloco operatório, dizem que mantém aberta a cirurgia".
Ora, isto é um princípio perigoso. Caricaturando um pouco: "pelo andar da carruagem - e continuando a citar o meu amigo - ainda nos cortam o fornecimento domiciliário de água, mas dizem que não nos encerraram as torneiras dentro das nossas casas!.."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário