Segundo AS BEIRAS, João Ataíde, em reunião de câmara, vai propor a rescisão do contrato de concepção e construção do Parque Desportivo de Buarcos com a Somague.
A decisão unilateral inclui a desistência das expropriações, processo que gerou contestação por parte dos proprietários, que recorreram à justiça.
A medida poderá, porém, originar um processo judicial, se não houver acordo sobre o valor da indemnização a que a construtora tem direito.
Recorde-se que a construção do Parque Desportivo de Buarcos, enquanto complexo multi-desportivo, que abrangeria um campo de golfe, campos de futebol e poli desportivos, espaços de lazer e diversão, foi adjudicado em 2005 pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, à empresa Somague.
Desde o início do do mandato, era público e notório, que este executivo camarário presidido por João Ataíde ponderava resolver o contrato de construção do Parque Desportivo de Buarcos, desde logo, porque do seu ponto , “existiam questões inultrapassáveis ao nível do ordenamento do território”.
Em causa está um processo iniciado no início da década de 2000 e que culminou, em Agosto de 2005, com a adjudicação, por 13 milhões de euros, da concepção e construção do equipamento à construtora Somague, sem que as expropriações de terrenos estivessem concluídas e com áreas de implementação em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN).
Para além do golfe, o parque desportivo de Buarcos incluía a construção de um Centro de Alto Rendimento, com campo de futebol, pista de atletismo e ‘courts’ de ténis, neste momento um investimento “impensável” e “inviável”, para uma Câmara fortemente endividada como a autarquia figueirense.
Para se tentar entender “as razões” da adjudicação do parque desportivo de Buarcos, temos de recuar ao processo eleitoral de 2005 e à maneira como se faz politica local, no País em geral, e na Figueira, em particular.
A Figueira e o País não chegaram onde estão por obra e graça do espírito santo…
Quando se adjudica uma obra de 13 milhões de euros “sem projeto” de construção, como aconteceu neste caso, o que é que se pode dizer mais?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Ataíde anda a limpar o cagaçal deixado pelo PSD, que agora o acusa de tudo e mais alguma coisa. A hipocrisia na política não tem limites. Não é por nada que alguns sociaisdemocratas figueirenses se afastaram da vida politica depois de terem sido derrotados nas eleições. A coisa ia dar chumbo, como se verificou.
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