Através do prosas vadias, do meu Amigo Carlos Freitas Almeida Nunes, reencontrei Luís Cília, um cantor de intervenção que no exílio, em França, denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade do Portugal de Salazar e Caetano.
Nos últimos tempos tem andado um bocado desaparecido. Li, um dia destes, que nos últimos anos se tem dedicado apenas à composição, nomeadamente para Teatro, Bailado e Cinema.
Um obrigado ao prosas vadias, pelo agradável reencontro que me proporcionou com um cantor de que continuo a gostar, mas que, como tantos outros, as rádios portuguesas ostracizaram como se tivessem a peste…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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