"Tornou-se uma tradição da presidência da República, desde Mário Soares, o presidente em exercício escolher o artista que o retrata oficialmente para a posteridade. Assim, Soares fez-se retratar por Júlio Pomar e Jorge Sampaio por Paula Rego. A Cavaco Silva, que ainda não escolheu o seu artista, eu permito-me sugerir o nome de Noronha da costa. Trata-se, receio, do único artista capaz de captar com convincente intensidade atmosférica a fátua densidade psicológica da figura e do momento político em que vivemos."
Via o sítio dos desenhos
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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