Aquele período de tempo, entre Julho e Agosto, a que chamam “silly season”, no decorrer do qual abdicamos ainda mais de pensar, terminou.
A nível nacional, as televisões anunciam novos programas, o futebol já cá canta, os políticos um dia destes voltam ao parlamento, mas, sobretudo, finalmente, a Dona Manuela Ferreira Leite vai falar no próximo domingo de manhã...
Pronto: chegou o tempo dos políticos começarem a fazer “coisas sérias” a sério.
“NENHUM SILÊNCIO É INOCENTE”.
A Dona Manuela Ferreira Leite vai, finalmente, falar.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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