Todos os anos é a mesma coisa. Assim que caem as primeiras chuvas de Outono é um ver-se-te-avias de chamadas para os bombeiros com alertas de inundações nas zonas mais baixas das cidades. As queixas, curiosamente, são também sempre as mesmas: uma má limpeza das sarjetas e zonas de escoamento nas ruas.
Mais uma vez assim aconteceu. Estamos no fim de Setembro, já toda a gente reparou que as árvores estão a começar a perder as folhas, "inundando" as ruas da cidade, ficando, muitas vezes, caídas no chão a apodrecer, à espera que sejam varridas ou levadas pela chuva. Estranhamente, em muitas cidades, parece que as autarquias preferem que a água da chuva faça o trabalho que deveria ser feito pelos funcionários da câmara.
Depois, admiram-se por acontecer isto.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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1 comentário:
Li em http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=364238&visual=26
“Os estabelecimentos comerciais e a Igreja de Santa Cruz, na baixa de Coimbra, foram inundados na sequência da chuva que caiu entre as 16 e as 16h30 de domingo.”
30 minutos de chuva, meus senhores!...
se houver chuva a sério estamos feitos...
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