Foto sacada daqui
O secretário-geral do PS, José Sócrates, do alto da sua imensa sabedoria politica, afirmou, alto e bom som, que “a esquerda do passado, imobilista e conservadora, nada tem para oferecer ao país”.
Se eu fosse político e demagogo, mas sem a imensa sabedoria politica do engº. José Socrates, poderia proclamar o que “a esquerda do presente” me está a oferecer: baixo salário e a perspectiva de uma reforma reduzida, jornada de trabalho de 11 ou 12 horas, trabalho precário, desemprego, transporte e alimentação pela hora da morte; a destruição do “obsoleto serviço nacional de saúde”, pois a modernidade determina que quem quer saúde a deve pagar. E, ainda, outras coisas com repercussão no meu dia a dia: crise económica, dívida externa crescente, aumento do abismo que separa ricos de pobres, perda da independência nacional, pobreza, miséria. Insegurança.
Só estou a falar por mim, que devo ser um gajo com um azar do caraças neste paraíso que é o Portugal rosa, pois “o Governo de Sócrates deu aos trabalhadores portugueses o que nenhum outro governante tinha conseguido: o maior crescimento anual do salário mínimo nacional, uma segurança social financeiramente sustentável, aumentos de pensões de reforma libertos dos ciclos eleitorais e baseados na vida real”!...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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4 comentários:
A interpretação que prepassa no post parece-me distorcida. Se é um facto que a governação sócrates pode deixar muito a desejar, é também verdade que as propostas alternativas da dita esquerda monolítica, não são propostas, mas sim facilidades para agradar ao anónimo e desatento cidadão. Elas cavalgam o desconforto de quem tem problemas sociais e económicos, lançam cortinas de fumo de falsas expectativas e apenas se refugiam na contestação fácil. Assim, parece-me, só reforçam o campo moderado do eleitorado que, maioritariamente, apoia Sócrates, por falta de comparência séria dos opositores.
Meu caro castelo de areia:
Permita que lhe diga, pois estou no meu direito, que o conteúdo do post È A MINHA OPINIÃO. Só. E tenho direito a tê-la. Não estou aqui para enganar ninguém, muito menos o anónimo e desatento cidadão.
Quanto à questão política subjacente:
Os votos do povo, no próximo ano, vão escolher muita coisa, entre elas, quanto a mim a mais importante, a questão da maioria absoluta.
É pouco é muito?
Realisticamente, penso que não vai haver lugar para mais dúvidas.... Os socialistas vão ganhar...
Portanto, meu Amigo, ainda a este tempo do acto eleitoral que vai escolher o próximo governo, quanto a mim, a grande dúvida resume-se a saber se o PS alcança ou não a maioria absoluta.
Com outra maioria absoluta, o PS ficará, inevitavelmente, ainda mais prisioneiro dos interesses dos mais poderosos.
Sem maioria absoluta?
Depende, terá, pelo menos, a opção de não ficar...
Sem maioria absoluta, o PS será forçado a fazer escolhas, a clarificar o sentido da política.
E, a diferença, meu caro castelo de areia, do meu ponto de vista, é imensa.
Eu não disse que o post queria enganar alguém, até porque conheço a honestidade de quem o escreveu. Também acho determinante a questão da maioria absoluta. A diferença é que eu acho que ela será possível graças ao crescimento abstenção (veja-se como ganhou o Costa em Lisboa). Mas, se assim não acontecer, quem ganha é o Cavaco que imporá o bloco central sob a sua égide! A hipotética coligação com PCP ou BE é impossível e, na minha opinião, indesejável, porque insustentável.
Na opinião do castelo de areia “a hipotética coligação com PCP ou BE é impossível e, na sua opinião, indesejável, porque insustentável”.
Sendo assim, resta ao PS agradar ao PR e escolher o PSD ou o CDS. Tudo bem. O PS optará na altura própria. Ficará assim clarificado, para quem ainda tiver dúvidas, como eu neste momento ainda tenho, o sentido da sua política.
Por isso é que acho importante a única questão que irá estar em causa no acto eleitoral legislativo do próximo ano: a maioria simples ou absoluta para o PS.
Como eleitor não tenho que facilitar a vida ao PS e é isso que espero de grande parte do povo português.
É só isso e apenas isso.
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