Em Julho, o céu esteve um pouco nublado. Fez vento. Houve promessa e, também, alguma chuva, mas isso não é explicação suficiente, apesar de na zona da Figueira a “época balnear decorrer ao sabor do tempo”.
Cá pela parvónia, tirando a zona do parque das merendas de S. Pedro, receia-se mesmo que nem o primeiro computador português, o Magalhães, que afinal não é primeiro, nem é português, nem é sequer Magalhães, consiga salvar o ano aos comerciantes...
Contudo, fica a esperança que, em Agosto, se volte a viver o esplendor dos últimos anos, como a montagem fotográfica ao lado
de um dos locais emblemáticos da Freguesia, A Coroa da Burra, na ilha da Morraceira, amplamente documenta.
P.S. - Para ampliar a foto, clicar em cima.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Com toda a areia (vinda sabe-se lá de onde, com que características e contaminantes) que os excelentíssimos empreiteiros da ponte lá puseram, adeus Coroa da Burra.
Adeus ecossistema.
Adeus equilíbrio.
Cometem-se crimes destes, ninguém vê, ninguém quer saber, não se liga a isso porque a ignorância e a prepotência são demais.
De um sistema equilibrado, com a Natureza a fazer e a desfazer, sabe-se lá com que idade,o burro homem fez um deserto.
Só nos sai disto.
Sublime ironia...
... cruel realidade.
Aves migratórias, ou já não, naturais, turistas, fregueses e comandantes.
Afinal, somos todos da mesma espécie.
Uns por necessidade, outros por ignorância e ainda outros por ganância... todos predadores!
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