Calculo que não será fácil exercer o cargo de Presidente da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Será, porventura, ainda mais difícil ser Presidente com três Presidentes de Câmara diferentes.
José Duarte, aos 83 anos de idade, presidente reeleito da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, tomou posse para o quarto mandato consecutivo: três pelo PS e este pela coligação Figueira a Primeira.
Como escrevi há muitos anos, José Duarte não é o melhor, nem o mais competente, presidente de uma Assembleia Municipal, mas exerce o cargo com modéstia, respeito por todos, cordialidade democrática, tem estados de espírito, emociona-se (como aconteceu na tomada de posse no passado domingo) e é exigente q.b..
Bastava-me que os políticos fossem assim. A descredibilização que atinge a política, não é pontual nem subjetiva. É um processo evolutivo que ultrapassa as circunstâncias, os partidos e as personalidades. Não só na Figueira, radica-se na constatação quotidiana que os políticos, seja qual for a sua ideologia, não são capazes de resolver os principais problemas. Isto afecta profundamente a democracia, quer na forma como as pessoas a avaliam, quer a forma como as pessoas participam nela.
A democracia não fica reduzida ao voto nas eleições. Esta fragilização da participação popular, através do voto, a concretizar-se, é um inevitável empobrecimento da democracia. É neste contexto, penoso e difícil, que José Duarte Pereira tem desempenhado o melhor que sabe e pode o difícil cargo de Presidente da Assembleia Municipal da Figueira da Foz.
A cor partidária, nem sempre retira o colorido a quem encara a vida e a politica com sentido de responsabilidade democrática e cultura humanística. É assim que se promove uma maior aproximação entre eleitos e eleitores e entre estes e as instituições, porque o órgão autárquico a que José Duarte continua a presidir, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz, terá de ser sempre a casa da Democracia do Concelho da Figueira da Foz.

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