Luis Osório sobre Victor Cunha Rego:
"Victor, apesar de ser um dos que mais conspirou e influenciou o poder e contrapoder em Portugal, apenas uma vez visitou a Assembleia da República. Morava lá perto e alguns o tentaram. Houve direções do PS e PSD que chegaram a fazer apostas para lá o levar – Sá Carneiro e Soares marcavam reuniões em que devia estar presente e ele, de aparente arrogância posta, nunca apareceu. Abriu uma exceção para assistir à apresentação do I Governo Constitucional, depois nunca mais.
Fazia-lhe confusão a perda da inocência quando esta ainda era fundamental. Recordei o episódio entre copos e os mais jovens da mesa fingiram não sorrir – o poder sem inocência quase sempre termina mal, dizia Victor. Por isso, a ti te confesso: foi o mais livre dos que encontrei. Porque nele a recusa dos privilégios não era forçada e por só se sentir bem e em consciência quando estava do outro lado do poder."
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