domingo, 6 de agosto de 2023

Criar e seguir novas rotas

Via Jornal de Notícia

"Francisco é, sem qualquer idolatria, uma das vozes mais realistas e corajosas na reflexão sobre os desafios que se colocam aos seres humanos, à sociedade. A partir da constatação de que todos sabemos que estamos “diante de problemas comuns”, contudo divididos e polarizados perante injustiças, desigualdades profundas, guerras e crises ambientais e outras, o Papa interroga-nos sobre para onde navegamos. Europa, que não estás a ser “construtora de pontes e pacificadora no Leste europeu, no Mediterrâneo, na África e no Médio Oriente”... “para onde navegas?”. “Que rota segues Ocidente?”.
Entretanto, há que olhar à volta e ver que a maior parte da juventude que mais sofre não está nesta Jornada, porque não tem condições para estar. As expressões negativas do negócio marcaram presença e os seus impactos no custo da habitação e nas condições de vida podem ser significativos. A sociedade do marketing e dos grandes espetáculos - disto a Igreja portuguesa mostrou saber muito - marcou presença. Vai ser precisa, ainda, uma análise sólida sobre gastos, sua origem e beneficiários. Sem que tudo isto ponha em causa o grande valor da Jornada.

Só existirão grandes transformações se a preparação foi boa e se tiver continuidade. O enfoque está colocado numa espiritualidade de conservadorismo religioso e fechamento em cultos, ou na preparação dos jovens para intervirem organizados na vida da Escola, na defesa do Estado social, do Serviço Nacional de Saúde, da cultura e das artes, no mundo do trabalho com consciência dos seus direitos e deveres?
Para Francisco, esta segunda via é a da esperança, a das novas rotas."

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