A realidade, no país e no nosso concelho, é a que sabemos: o desafio colocado pela pandemia é enorme.
Ninguém, no país e no concelho, está preparado para o enfrentar. Não se fez o que deveria ser feito ao longo dos últimos meses e que era essencial: reforçar com meios humanos e técnicos o SNS. No país do faz de conta o entretenimento é a intenção de obrigatoriedade de instalação de telemóveis, mais inútil que útil.
No país (e no concelho) real há pessoas a morrer por falta de assistência, não só ao covid-19, mas também por degradação do seu estado de saúde, sem os adequados diagnósticos. Há pessoas em dificuldade porque já o estava ou passou a estar com os impactos da crise pandémica. Há pessoas a precisar de respostas em vez de mais do mesmo ou de entretenimentos.
Ninguém está interessado em discutir a realidade. Ninguém se interessa pela insuficiência, a impreparação e o esgotamento das respostas de saúde no terreno.
Por exemplo: para tomar uma vacina os velhos como eu, têm de ir para uma fila, com o céu como teto, todos os dias, a partir das 8 e meia da manhã, sujeitos às condições de tempo como as que estão hoje, quando era simples e fácil os serviços calendarizarem os dias e as horas para evitar ajuntamentos e facilitar a vida dos utentes e dos profissionais de saúde.
Na Figueira, neste momento, dizem (enquanto esperamos pelo resultado do sistema de transposição de areias, da praia da Figueira para as praias da margem sul do Mondego, o famoso bypass) que podemos vir a ter tuk-tuk eléctricos e teleféricos e uma lagoa artificial de água natural no areal da praia.
Já agora: já tivemos palmeiras no oásis, porque não utilizar camelos no cada vez mais extenso areal?
Não consideram que tudo isto é demasiada demagogia e escassa capacidade de concretização no terreno?
Ao menos, cumpram uma ironia antiga, que já é trágica: acabem de uma vez por todas as obras da Rua dos Combatentes.
Imagem via Diário as Beiras |
Sem comentários:
Enviar um comentário