A imagem, mostra o Armando Correia fotografado no decorrer do jantar comemorativo do 4º. aniversário do Barca Nova, realizado no dia 29 de janeiro de1982, em Vila Verde, que constituiu na altura uma jornada na defesa intransigente de um ideal comum, aos que estiveram - e foram centenas - presentes naquela memorável jornada de confraternização democrática.
O Pedro Biscaia foi quem me deu a notícia: "na semana passada morreu o Armando Correia".
Estava hospitalizado em Leiria. Ao que me disse o Pedro, morreu durante o sono.
Armando Correia, no seu percurso profissional foi funcionário administrativo na Lusitânia Companhia Portuguesa de Pescas, SA.
Convivi com o Armando Correia no Barca Nova. Era ele que tinha de gerir as parcas disponibilidades financeiras da Empresa Jornalística do Mondego, SARL, a proprietária do jornal.
Outra das suas paixões foi o associativismo. Em Vila Verde, penso que, pelo menos, passou como dirigente pelo GRV.
No jornal, fiel ao seu interesse pelas Colectividades de Cultura e Recreio, assinou vários trabalhos ligados às Colectividades do concelho da Figueira da Foz.
A sua preocupação era divulgar as actividades culturais, que se iam fazendo um pouco por todo o nosso concelho. Ele sabia que era necessário motivar os jovens para que o associativismo tivesse futuro.
Era um Homem sério, rigoroso e exigente. Estava sempre a chamar a atenção da redacção para a necessidade de cortar nas despesas, dadas as debilidades que existiam a nível económico.
Como me disse o Pedro ao telemóvel: "foi mais um que cumpriu a vida".
Os meus sentimentos à família de Armando Correia.
Nota de rodapé.
Tudo se vai escoando. Nem o homem nem as suas obras perduram para sempre.
Tudo tem o tempo que o Tempo permite!
A notícia da morte do Armando Correia, fez-me pensar nos que já partiram e que colaboraram no Barca Nova.
Começou com Ruy Alves. Mas, entretanto a lista foi aumentando: Jorge Rigueira, Gilberto Vasco, Cerqueira da Rocha, Leitão Fernandes, Luís Falcão, Orlando Carvalho, José Penicheiro, Adelino Tavares da Silva, Carlos Alberto Amorim, Waldemar Ramalho, Luís de Melo Biscaia, Vasco Gonçalves, Joaquim Namorado, José Martins. E, agora, Armando Correia.
Como diria outro velho e sábio colaborador do Barca Nova, também já desaparecido, Guije Baltar, "pudesse eu viver uma eternidade e nem assim se apagaria da minha memória a melhor gente que passou pela minha vida: a equipa Barca Nova".
Lá aprendi, "que os democratas têm coisas mais profundas e importantes a uni-los do que a dividi-los. No essencial, têm aquilo que é fundamental a irmaná-los: a defesa da democracia."
Passe a imodéstia, acabei de citar-me a mim mesmo (um texto publicado na edição de 12 de fevereiro de 1982, do jornal Barca Nova, página 4.)
Que desgosto que eu tenho, que o meu País, o meu concelho e a minha Aldeia, não "tivessem trilhado um caminho onde a transparência de princípios e a honestidade de processos fizesse parte do nosso quotidiano colectivo"...
Voltei a recuar a 12 de fevereiro de 1982 e, passe de novo a imodéstia, tornei a citar-me.
Entretanto, tudo se foi escoando.
Tudo tem o tempo que o Tempo permite!
Contudo, só há mortos inadiáveis depois do esquecimento.
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