12 de Junho de 1875 – «Nasce» o Zé Povinho
O «Zé Povinho», uma das mais conhecidas personagens criadas por Rafael Bordalo Pinheiro, é apresentado ao público nas páginas de A Lanterna Mágica, a publicação crítico-satírica que Bordalo dirigiu com Guilherme de Azevedo e Guerra Junqueiro. A melhor definição desta personagem foi dada por Ramalho Ortigão no Álbum das Glórias: «...Crescido, Zé Povinho correspondeu perfeitamente às esperanças que nele depositaram os solícitos poderes do reino. Como desenvolvimento de cabeça ele está mais ou menos como se o tivessem desmamado ontem. De músculos, porém, de epiderme e de coiro, endureceu e calejou como se quer, e, cumprindo com brio a missão que lhe cabe, ele paga e sua satisfatoriamente. De resto, dorme, reza e dá os vivas que são precisos. Um dia virá talvez em que ele mude de figura e mude também de nome para, em vez de se chamar Zé Povinho, se chamar simplesmente Povo. Mas muitos impostos novos, novos empréstimos, novos tratados e novos discursos correrão na ampulheta constitucional do tempo antes que chegue esse dia tempestuoso».
De calças remendadas e botas rotas, primeiro, fazendo um manguito, depois, o «Zé» continua presente na vida nacional.
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