"Os portugueses vão poder escolher o secretário-geral do PS. Em teoria, o secretário-geral do PS é o candidato a primeiro-ministro do PS.
Até aqui, tudo pode fazer sentido.
Mas num sistema multipartidário e com a configuração do nosso, a ideia vai-se estragar.
Os socialistas vão votar na sua facção, enquanto a oposição vai votar no pior candidato, para enfraquecer o PS, objectivo que será sempre alcançado, pois ainda que ganhe o candidato mais forte, será sempre por uma margem inferior, o que retira força ao forte, tanto no país como no partido.
Em relação à generalidade dos portugueses, esses não vão votar, como se compreende. Não votam em eleições nacionais, não vão naturalmente votar para o líder do PS."
Via Lóbi do Chá
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Porque os amigos se conhecem no hospital e na cadeia, faço votos que não seja nenhuma destas situações.
Tanto pior. Hoje retido em casa, nada posso fazer para o ajudar naquelas graves hipoteses das nossas vidas, ou seja uma cama sempre á nossa espera naquelas Instituições.
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