Existe “desunião” na Figueira?
É possível que sim.
A comunidade citadina “preocupa-se mais com questões
pessoais, de maledicência, de desejar o mal aos outros, do que com o que é importante”?
É possível que sim.
Existem figueirenses que, quando alguém aponta para a lua,
olham para o dedo de quem aponta, esquecendo o resto?
É possível que sim.
Haverá figueirenses a torcer para que o “oásis do Santana”
vá por água abaixo?
É possível que sim.
Mas - é bom não esquecer, - também existem os outros: os que
estão unidos pela Figueira; os que não querem saber das tricas pessoais; os que
se preocupam com as verdadeiras necessidades do seu concelho (freguesias rurais
incluídas) e as medidas estruturais necessárias à sua resolução. Existem,
ainda, os que para quem o “oásis do Santana” é irrelevante (já agora, aproveito
para esclarecer o porquê: normalmente semeia-se para se colher. O oásis, faz
parte de um conjunto de outros (alguns pseudo) mega-projectos onde se semeia
para se ver. Dá para entender?)
Embora não se deva duvidar que se “continue a trabalhar com
todas as forças”, pelos projectos do concelho, até porque não se pode ser
“presidente de Câmara a brincar”, percebe-se porque é que se perdeu a
capacidade de sonhar: em política, tal como na vida real, tem de se semear para
colher. E, mesmo assim, por vezes, há problemas com as colheitas....
Quem semeia para se ver, acaba por sofrer as consequências
dos chamados “acidentes de percurso”. Daí, ao esfumar de um sonho, é um passo.
Em tempo.
Crónica Marginal de António Agostinho, 10 de Setembro de 1999,
publicada no jornal Linha do Oeste.
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