Presumo que já deram conta, que estamos perante uma batalha ideológica sobre o modelo de sociedade que vamos ter nos próximos anos - em Portugal e na Europa.
O que começou como um golpe para a desregulação dos mercados, rapidamente se transformou num contra-ataque fortíssimo ao Estado Social.
Da condenação da ganância e da ausência de regras e de princípios passámos à condenação da despesa do Estado, mesmo que muita dessa despesa tenha sido feita para salvar o sistema financeiro e tentar travar um colapso económico.
Em Portugal e na Europa, a memória não é um ponto forte.
Do triângulo formado entre ganância, desregulação e falta de princípios, parece ser a última aquela a que se devia ter dado mais atenção.
Pelo menos em Portugal!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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