Viajando de carro, logo de madrugada, fui tomando conhecimento, pela TSF, que o Presidente da República, doutor Cavaco Silva, não vai estar presente nas cerimónias fúnebres de José Saramago.
Acompanhado da mulher, filhos, nora e netos, está em férias, lá pelos Açores.
Quanto a mim faz bem em não vir ao funeral de Saramago. Não faz falta, e é coerente.
Tal como está a ser coerente ao fazer férias nos Açores, que como sabemos é em Portugal.
Nada a apontar, portanto, do meu ponto de vista, a Sua Excelência, o Presidente da República, doutor Aníbal Cavaco Silva.
Para ser ainda mais coerente, falhou o pormenor da hipócrita mensagem de condolências da passada sexta-feira.
Todos sabemos o que Cavaco pensa de Saramago e o que lhe fez enquanto Primeiro-Ministro.
Daqui a 100 anos, quando se fizer a História de Portugal deste período, Saramago continuará um grande Português, comparável a um Pessoa ou um Camões, enquanto que ele, Cavaco, não passará de um obscuro governante de finais do século XX e inícios do século XXI.
Citando Saramago (1994:
"O único valor que considero revolucionário é a bondade."
Continuemos bondosos, portanto, com um Presidente que não consegue sê-lo de todos os portugueses...
Continuação de boas férias, para si e para toda a família, Senhor Presidente.
2 comentários:
«As atitudes ficam para quem as pratica» Diz o povo e tem razão.
Um abraço.
Como Presidente da Républica devia estar no funeral do unico Nobel da Literatura que temos.
Sería bonito daqui a alguns anos os netos do Presidente,dizerem até com orgulho,que o Avô tinha interrompido as férias,para poder estar presente no funeral dum grande português, escritor,e prémio Nobel.
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