É tempo de verão, propícia ao petisco e ao copo.
O tempo quente, a disponibilidade, o convívio, tudo junto, predispõe, e dá oportunidade, ao exagero gastronómico e etílico.
Depois, são necessários alguns cuidados. Antes de tudo, até chegar ao carro, é sempre conveniente ter atenção ao trânsito ao atravessar a rua, não vá o diabo tecê-las.
Depois, já ao volante, se forem apanhados a conduzir e tiverem bebido pouco tempo antes, não requeiram a contra-prova. Isto, porque o álcool demora algum tempo a entrar na circulação sanguínea e a espalhar-se pelo que, se fizerem, algum tempo mais tarde, outro teste, ainda se arriscam a que acuse um valor maior e depois é este que conta. Se já tiverem bebido há algumas horas, existe uma boa hipótese de o álcool já ter começado a ser expelido pelo organismo (que fica "limpo" ao fim de mais ou menos doze horas), pelo que, quanto mais tarde efectuarem o teste, maiores as probabilidades de ver o valor do primeiro teste, reduzido.
É claro, que o melhor é sempre não beber, de todo, ou não conduzir, mesmo que depois de um só copo de tinto. E, sobretudo, evitar abrir a boca, para não fazer figuras destas…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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