“Durante horas, ontem, quarta-feira, centenas de populares não arredaram pé da praia da Tamargueira, em Buarcos.
Duarte Silva e Miguel Almeida também foram ver o "tesouro".
Com humor, houve até quem dissesse, no local, que esta "aventura" fazia parte do programa de animação projectado pela Figueira Grande Turismo.
Afinal de contas, "a Figueira não pára! A animação é uma constante", dizia alguém bem conhecido dos figueirenses.
Afinal, era apenas um antigo pontão de marina que se encontrava há vários anos à deriva no mar.”
Via o que eu penso ...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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