...não deve ter andado muita gente fora de casa.
Nas terras ali fora, no campo, sem ser de carro, a pé, é muito difícil o passeio. Está uma noite estranha, uma combinação de vento forte com rajadas muito frias, mesmo muito frias, e chuva, muita chuva.
O frio manda, atravessando as árvores sem folhas. Ao longe, lá para os lados de Verride, no cimo do pequeno monte, uma árvore ilumina e lembra que ainda estamos na época natalícia.
O vento faz oscilar freneticamente as pequenas luzes.
É apenas, ainda, a noite de 1 para 2 de Janeiro.
A noite está fria e ventosa. Estamos a 2 de Janeiro.
Como já está tão longe o espírito de Natal!...
Encontramo-nos apenas numa terra que sofre de iliteracia!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Então...Um Bom ano Pra usteds
e pouka iliteracia...looooooooooooool
e viva a Madeira...e o Alberto Gaspar e tal...
abracito
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