Desde muito novo que me habituei a ter opinião própria. E a assumi-la.
Todavia, isso tem preço de custo. Sobretudo, quando o que pensamos e exprimimos, não coincide com os ortodoxos que dominam a esfera política.
Para mim, a liberdade, isto é, dizer com responsabilidade o que penso, é tão natural como respirar – e não me vejo a estar na vida de outra maneira.
Mesmo que isso se tenha de pagar!... Mas, a liberdade nunca é cara.
As opiniões, quando não são amordaçadas, são incómodas. E o corporativismo instalado nesta Terra, dá-se mal com isso.
Na nossa Terra, esta falta de respiração democrática não acontece, apenas, por culpa de quem está no poder há quase duas décadas. Esta claustrofobia política existe, principalmente, porque existe uma maioria absoluta medrosa e abúlica.
Foi uma situação que foi cristalizando com o decorrer dos anos, devido à lógica de funcionamento dos interesses do regime instalado em São Pedro, porque não surgiram contra poderes fortes e autómanos na sociedade local para fazer o contraditório.
Numa Terra, com uma opinião pública frágil e, em alguns casos, dependente dos interesses instalados, a independência da iniciativa vê-se constrangida por calculismos permanentes de interesses face ao poder local vigente.
Não deveria ser assim. Mas, desgraçadamente para todos, é assim que as coisas funcionam em São Pedro.
Só falei nisto porque hoje é sábado...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
até podia ser segunda e terça e quarta ou quinta porque é sempre o mesmo! Só mudam as moscas porque o pensamento é sempre o mesmo...e a cartilha também! Sai gato....olha ali a gateira..:-)
O que contas de S. Pedro é, infelizmente transponível para muitas e muitas terrinhas do nosso país. Perante isso ou desistimos ou insistimos. Como não somos homens de vergar a coluna à vista do benefício próprio, só nos resta tocar o esqueleto prá frente! Sempre!
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