segunda-feira, 1 de julho de 2024

A propósito de uma petição...

Circula por aí uma petição, "contra a transformação da Praça João Ataíde, na Figueira da Foz em parque de estacionamento sazonal."
A meu ver, o anúncio publicado no Diário As Beiras, edição de 28 de junho - que a Câmara Municipal da Figueira da Foz pretendia, já a partir deste mês de julho, transformar a Praça João Ataíde num parque de estacionamento sazonal, para fazer frente ao fluxo de turistas - já passou ao rol esquecido da «estória» local, como mais um episódio caricato que nasceu e morreu naturalmente.
Portanto, igualmente a meu ver, "a manutenção da Praça João Ataíde como ela é hoje - espaço pedonal de convívio, com crianças a brincarem ao fim de semana, jovens e famílias" - vai manter-se...
"Este verão, o próximo e o ano todo."
 
Como certamente irão ter oportunidade de confirmar, existe um enorme  consenso político na Figueira entre os Partidos de Poder, que vai muito para além do visível.
É um consenso algo esquisito e estranho, mas é um consenso. 
O que une os principais protagonistas políticos no PS local, no PSD local e na (moribunda) FAP, é muito mais forte do que aquilo que, eventualmente, os poderia dividir.
Desde logo, as vidinhas. 
Se na Figueira houvesse massa critica, só isso deveria fazer pensar duas vezes quem lê coisas como aquela que apareceu no passado dia 28 no Diário as Beiras, cuidando de apurar as razões para que tal tenha acontecido.
Mas isso não aonteceu, nem vai acontecer. 
Portanto, neste momento, o mais interessante neste caso, poderia ser a observação da atitude pública dos políticos para descalçar esta bota.

Contudo, ou me engano redondamente, ou mais uma vez, o silêncio vai prevalecer e vencer.
O assunto tornou-se incómodo para o executivo. 
Porém, a meia dúzia de dias de umas importantes eleições internas no PS/Figueira caíu que nem ginjas.
Que falta de atenção por parte do Poder ao calendário eleitoral local, ao trazer neste momento à colacção um facto, controverso, que apontava para sérias dúvidas e interrogações de perplexidade, acerca da sensatez de transformar uma Praça em parque de estacionamento.
Poderia ter acontecido algo mais conveniente e oportuno para mobilizar um deprimido, cheio de problemas internos e desmoblizado PS/Figueira?
Para os mais desatentos, recordo que está afastado, a nível local e nacional, dos lugares de Poder...

Isto, foi a poeira possível e conveniente para os que querem decidir o destino dos seus tachitos de interesses particulares e de grupo dentro do PS local.
Por conseguinte, esta petição, a meu ver, diz muito de quem somos e dos valores que cultivamos. Diz mais do que os estudos sociológicos do António Barreto.
Trocar valores e princípios que deviam ser sólidos, por conveniências de circunstância, tem sido o normal com os políticos que andamos a escolher há mais de quarenta anos na Figueira e no concelho. 
Nunca deram exemplo algum de correcção democrática, quando postos à prova. Não cumprem os valores que dizem defender nas campanhas eleitorais.
Estão é sempre prontos para contemporizar e negar os mesmos valores quando as circunstâncias colocam em risco os lugares que ocupam e os interesses particulares que defendem.
Como diria Salazar: "tem sido assim e não poderia ser de outra maneira."

1 comentário:

CeterisParibus disse...

Se caiu que nem ginjas ao PS, e se tanto quanto sei, foi o presidente a anunciar o facto, o presidente está a:

1 - Boicotar-se, porque está farto da Figueira e quer-se pôr a muitas milhas.

2 - Ressuscitar o PS local, porque não lhe dá "pica" governar sem oposição para "malhar".

3 - A fazer um favor ao camarada Nuno Santos, que lhe pediu que não deixasse cair o PS da Figueira, que é assim a modos que "tão fofinho".

4 - Pregar um susto aos Figueirenses mais sensíveis a estas coisas de sustentabilidade, nostalgia e carros nos buracos mais estranhos.

5 - Passou-se!!

6 - Nenhuma das hipóteses.

7 - Todas as hipóteses.


Mas como alguns disseram, há ainda tanto espaço por ocupar com carros, venham de lá mais ideias que fazem progredia ainda mais a Figueira.