sexta-feira, 7 de junho de 2024

Nestas eleições importa perguntar quem consegue dormir à noite

"Estas eleições para o Parlamento Europeu estão a ser marcadas pela instrumentalização da guerra na Ucrânia para esconder os telhados de vidro no que toca à Palestina. Por mais que mandem as mortes para debaixo do tapete, neste editorial estão 4000 nomes de crianças e jovens palestinianos que morreram com a cumplicidade do silêncio.

Um palestiniano chora com uma criança morta nos braços, entre as ruínas de um prédio atingido por bombas israelitas no campo de refugiados de Nusseirat, no centro da Faixa de Gaza, em 31 de Outubro de 2023 
CréditosMohammed Dahman / AP News

Quem advoga a paz neste momento é automaticamente cunhado como idílico por apontar a um caminho diferente. Quem recusa o aumento do armamento para semear ainda mais mortes é apelidado de colaboracionista. Quem diz que tem que haver diálogo é vilipendiado pela horda de comentadores que relativiza a morte e encara a guerra com uma normalidade difícil de qualificar. 

São esses que se opõem à paz, mas que se vendem como interessados na mesma, que dizem que estão preocupados com a Ucrânia, embora continuem a apostar na receita bélica que levará a mais mortes e destruição. Já no caso da Palestina há um silêncio ensurdecedor e, simultaneamente, uma convivência com as acções israelitas gritante. 

PS e AD ora dizem que não é o momento para o reconhecimento da Palestina, ora dizem que é necessário esperar por mais Estados da União Europeia para poder avançar. Enquanto passam os meses, as semanas, os dias, as horas e os segundos, morrem crianças, jovens, mulheres e homens inocentes que por serem quem são e viverem onde vivem são assassinados. 

Enquanto alguns partidos vendem os «valores europeus» como valores humanistas impolutos, o massacre dos sionistas continua. Enquanto há falsas discordâncias encenadas nas televisões, o sangue dos palestinianos continua a ser derramado.  É hora de questionar se conseguem dormir à noite, se conseguem ignorar a paz ou se estão de consciência tranquila por instrumentalizar a dor atroz de quem sofre com a guerra.

Para que estas palavras não caiam num mero exercício escrito, seguem abaixo 4000 nomes, recolhidos pela AlJazeera, de crianças e jovens até aos 17 anos assassinados pelo exército israelita entre os dias 7 de Outubro e 25 de Janeiro."

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