(Aviso prévio: qualquer semelhança com a realidade figueirense, não é mera coincidência...)
Sabem para onde foi o Maurício?..
Sabem para onde foi o Tiago?
Porque é que o Rui não haveria de ir para onde foi?
Quantas vezes, não nos desejámos já libertar daqueles condicionalismos em que fomos enformados e que não nos deixam ser tão autênticos como gostaríamos de ser?
Apesar de apregoarmos a nossa independência dos costumes, alguns de nós ficam agarrados, toda a vida, às gavinhas que nos asfixiam e das quais não nos soltamos nunca...
Depois, os velhos estão velhos: gostam de aconselhar porque perderam a capacidade de dar maus exemplos!..
Quem é que, na Figueira, liga ao Eça?
“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência.”
Na Figueira, o tempo da minha geração passou, assim como os costumes que trouxemos...
Agora, é o tempo da rapaziada pseudo liberal...
Estou a sentir-me cada vez mais isolado, numa Aldeia onde o que interessa na vida é a competição, esse papel sujo que é o dinheiro, que alguns políticos utilizam para manter o nome limpo.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
falta aqui o aventaleiro de Montemor que foi dar ordens para a Bissaia Barreto!
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