Desafio deste domingo: não ser cínico, apesar de já saber muitíssimo bem o preço de tudo e o valor de nada.
Expressar-se, presumo que seja uma necessidade interior e individual.
Escrever um blogue é uma forma de expressão.
Para mim, serve para comunicar, sobretudo comigo mesmo, reflectindo através da escrita.
Ando a escrever há muitos anos, pelo que já deixei de dar importância despropositada às coisas que escrevo.
Todavia, há quem não pense assim.
Escrever um blogue, para mim, é sobretudo uma forma de individualidade.
Se houver muita gente a gostar - óptimo.
Se tal não acontecer - tudo bem na mesma.
Ter noção da nossa pequenez, da importância que não temos, é uma forma de liberdade sem igual.
Escrevo, não para agradar ou confrontar, mas apenas porque me apetece.
Quem anda nesta vida tem de ter a capacidade de se expor e assumir fragilidades, manias, tristezas.
Os "meus" leitores são muito mais espertos que eu e sabem bem da minha autenticidade.
Isto vem a propósito do novo blogue que iniciei no início deste mês.
Parece que há muita gente que está a gostar, o que me deixa feliz.
A única promessa que faço é manter a autenticidade.
A preservação não é incompatível com o conforto dos dias de hoje.
Viajar pela história de uma Aldeia cuja memória não foi preservada, não é um conforto para os olhos e, muito menos, para a alma!
No fundo, resolvi fazê-lo, por uma questão de autenticidade!
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
E a lição que dás aos blogs é que falas muito pouco de ti e mais dos outros ao contrario de alguns pseudo blogueiros da nossa praça cuja escrita tresanda a presunção.
Enviar um comentário