Foto sacada daqui |
A
Câmara Municipal da Figueira da Foz, preparou e apresentou a candidatura, em
parceria com a junta de freguesia de Lavos, do Centro de Saúde de
Lavos, para uma estrutura sobre dimensionada para as necessidades dos
lavoenses.
Em
13 de Abril de 2014, largas dezenas de pessoas assistiram, em
Santa Luzia, à cerimónia de lançamento da 1.ª pedra do Centro de
Saúde de Lavos.
O equipamento, tive disso conhecimento na altura, ficaria dotado de sete gabinetes médicos (parece que tem 9...), dois gabinetes de enfermagem, duas salas de espera, uma unidade técnica de grande capacidade e várias estruturas de apoio.
A apresentação do centro de saúde foi feita por António Albuquerque, chefe da Divisão de Obras da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
“Não está dimensionado para a população que vai servir [5 200 habitantes]. Está projectado para cerca de 10 500 pessoas”, disse na altura António Albuquerque.
O equipamento, tive disso conhecimento na altura, ficaria dotado de sete gabinetes médicos (parece que tem 9...), dois gabinetes de enfermagem, duas salas de espera, uma unidade técnica de grande capacidade e várias estruturas de apoio.
A apresentação do centro de saúde foi feita por António Albuquerque, chefe da Divisão de Obras da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
“Não está dimensionado para a população que vai servir [5 200 habitantes]. Está projectado para cerca de 10 500 pessoas”, disse na altura António Albuquerque.
Claro
que fiquei de pé atrás e preocupado...
A 19 de outubro de 2014, como todos sabemos, em resultado de eleições intercalares, António Salgueiro, numa lista PS, é eleito para presidente de junta em S. Pedro, onde já era autarca há muitos anos.
Uma
das várias promessas, apresentada no decorrer da campanha
eleitoral que o levou à vitória de 19 de Outubro de 2014, foi a
garantia de que o Posto Médico de S. Pedro não iria fechar.
No passado dia 15, realizou-se uma sessão ordinária da assembleia de Freguesia de S. Pedro.
Nessa
sexta-feira, à noite, abordado no decorrer da sessão sobre o
assunto o senhor presidente António Salgueiro garantiu
que o Posto Médico se iria manter aberto.
Passado
o fim de semana, dias 16, sábado, e 17, domingo, logo no dia
seguinte, segunda-feira, 18, tive conhecimento que o "Posto de
Saúde da Cova Gala iria encerrar em breve... Tudo apontava, para o
final deste mês".
Nesse
mesmo dia, segunda-feira, porque tenho um espaço na internet que é
lido por meia dúzia de pessoas, ou menos, divulguei publicamente o
assunto, dada a gravidade do que estava a acontecer.
A
população agitou-se, as partilhas no facebok foram mais que muitas, e a
inquietação e alarme social instalou-se.
No
dia seguinte, 19, terça-feira, desgraçadamente a notícia já era
oficial e confirmava-se infelizmente o pior: pela afixação de um
simples comunicado, na porta principal do Posto Médico, a população
era informada que o "Posto de Saúde da Cova e Gala encerrava no
fim do mês – a partir do dia 2 de maio os médicos em serviço num
Posto médico que estava a servir a população desde 1959, não nas
actuais funcionais e modelares instalações, é verdade, iriam para
Lavos levando os seus respectivos doentes.
Assim,
sem uma palavra, sem uma atenção, sem uma justificação, sem uma
palavra: assim friamente...
O
presidente da junta sentindo-se atraiçoado pelo PS, Figueira,
enviou uma mensagem, a vários autarcas e outros do seu do seu
actual partido, certamente alguns aqui presentes receberam a SMS, a
manifestar desgosto e desencanto, e ameaçando com a sua demissão e
demissão da sua equipa.
No
dia seguinte, 20, quarta-feira, o Diário de Coimbra, confirmava
aquilo que eu tinha escrito em 18 no blogue Outra Margem, dois dias
antes: "o presidente da junta de freguesia, que ainda no passado
dia 15 garantiu na Assembleia de Freguesia, realizada nessa data, que
o Posto Médico se iria manter aberto, não descarta a hipótese de
se demitir..."
Segue-se
a convocação de uma sessão extraordinária da AF de S. Pedro - sessão essa que se realizou no dia 21,
pelas 21 horas.
A
Assembleia de Freguesia realizou-se... O DCMG lotou. Também lá
estive, na esperança de ver aparecer alguém da Câmara Municipal
para dar uma palavra de esclarecimento, de conforto, de
solidariedade.
Da Câmara ninguém apareceu...
Da Câmara ninguém apareceu...
Entretanto, a pressão popular levou à marcação de uma reunião para o dia 25 de
Abril na Figueira entre a Câmara, a junta de S. Pedro, depois foi
alargada à junta da Marinha das Ondas, e ACES, na pessoa do director executivo António Morais.
Dessa
reunião, como todos sabemos, nada de conclusivo resultou, ao
contrário do que foi vendido aos jornais.
Na
quarta-feira passada, no CMC houve uma sessão de esclarecimento dos autarcas de S. Pedro, que
serviu para o presidente da junta ler as partes que lhe interessavam
das notícias publicadas no DC, Beiras e Voz da Figueira, feitas a partir das
declarações prestadas aos jornalistas, no final da reunião do dia
25 de Abril, um dia simbólico, por sinal, e que deveria ser
respeitado por quem anda na vida pública e na política.
Dessa
reunião, todos sabemos, não saíram conclusões definitivas –
apenas, serviu, a meu ver, para passar uma mensagem para acalmar a
população, à espera de melhor oportunidade, e logo que a malta baixe
a guarda levamos o golpe.
O
dia de ontem foi elucidativo - em S. Pedro e na Marinha das
Ondas.
Ontem,
dia 28, quinta-feira, na Marinha das Ondas o povo saiu à rua em
defesa do seu Centro de Saúde...
Na
Cova e Gala foi afixado um novo comunicado na porta principal do
Posto médico da Cova e Gala, assinado pelo Director Executivo da
ACES, António Morais, que diz o seguinte:
Gostaria de colocar, olhos nos olhos, a questão directamente ao senhor
Presidente da Câmara, ou ao senhor vereador do pelouro da saúde, mas como nenhum deles se encontra presente, neste momento, solicito ao senhor vereador Carlos Monteiro ou à senhora vereadora Ana Carvalho que façam chegar a mensagem: estou
aqui porque V. Exas. são o epicentro de todo o problema – que
é, como sabemos, o sobre dimensionado, para as necessidades dos
lavoenses, Centro de Saúde, - lembro, e vou citar o Director do ACES, António Morais, que está dimensionado para 12 a 13 mil utentes e com menos de 8 a 9 mil não será rentabilizado - que a Câmara Municipal da Figueira da
Foz inaugurou em Lavos, e que, a meu ver, visa servir uma estratégia politica de saúde definida por V. Exas. para o concelho...
O presidente
da junta de S. Pedro, disse - e eu quero acreditar - que foi surpreendido.
Vou
recordar, no entanto, aquilo que no decorrer de uma visita ao andamento das obras
do Centro de Saúde disse o Director Executivo do ACES.
Na
altura, 2 de Março de 2015, há pouco mais de um ano, disse este
senhor... "ACES não encerra Centros de Saúde em virtude da abertura de Lavos"!..
Sendo
assim, e muito mais haveria a dizer, mas não tenho mais tempo, fica o
meu pedido de esclarecimento: olhos nos olhos, com verdade, sem
demagogia, claramente, gostaria que o senhor presidente da câmara, dr. João
Ataíde, esclarecesse o que vai acontecer, realmente, ao Posto Médico da Cova e
Gala.
Finalmente, gostaria que dissesse como rentabilizar uma super estrutura, como é o Centro de saúde de Lavos, que para ser rentabilizado necessita de 8 a 9 mil utentes?...
Neste momento, nem metade tem: onde vai inventá-los?..
Nota de rodapé.
Como nota negativa desta minha passagem pela Assembleia Municipal, utilizando um direito do País de Abril, registo o facto - certamente, uma mera coincidência infeliz - de tanto o presidente da câmara, dr. João Ataíde, como o vereador do pelouro da saúde na CMFF, dr. António Tavares, não terem estado presentes no momento (e tinha, regimentalmente, apenas 5 minutos...) em que usei da palavra.Vou esperar que a onda de boa vontade e compreensão, expressa pelo senhor presidente da câmara, sobre o assunto que levei à Assembleia, quando, algum tempo depois de ter terminado a minha intervenção, lhe foi possível chegar ao salão dos paços do município, não se dilua no areal da praia da nossa cidade.
foto sacada daqui |
A cor partidária, nem sempre retira o colorido a quem encara a vida e a politica com sentido de responsabilidade democrática e cultura humanística.
É assim que se promove uma maior aproximação entre eleitos e eleitores e entre estes e as instituições, porque o órgão autárquico a que preside, a Assembleia Municipal da Figueira da Foz, terá de ser sempre a casa da Democracia do Concelho da Figueira da Foz.
Senhor Presidente: como covagalente que continua preocupado - como continuamos todos... - com um problema fundamental para o nosso futuro, que passará sempre pela qualidade e acessibilidade aos cuidados de saúde primários, fica o meu agradecimento por ter percebido e compreendido a importância do assunto que ontem levei ao órgão autárquico que preside.
Posso ser muita coisa, mas acéfalo - não.
Obrigado senhor Presidente José Duarte Pereira.
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