Todos temos o direito à burrice...
O problema é que alguns abusam...
Esclareço, desde já, que gosto de burros - naturalmente, dos animais de quatro patas.
Aliás, adoro todos os bichos com quem consigo criar empatia.
Nos burros, aprecio o egocentrismo que gostam de exibir, que passa por alguma indiferença, sublinhe-se, quase que astuta, que nos leva a nós, burros, a chamar-lhes burros!
Ainda hoje de manhã tive de me confrontar com a burrice humana.
A sessão da Assembleia Municipal que se realizou para comemorar o 25 de Abril, foi marcada para o pequeno Auditório do CAE.
Com lugares marcados para os convidados, vereadores camarários, membros da Assembleia Municipal, jornalistas, banda, coro, sobraram para aí uma dúzia de lugares para o Povo.
Resultado, o Povo velho, novo, doente, resistente, possante, débil, frágil, só teve duas alternativas: ou aguentou estoicamente em pé toda a sessão, virou costas e ou suportou parte...
O caricato da questão é que, como a minha foto, apesar da sua péssima qualidade demonstra, é que havia vários lugares reservados por ocupar, pois alguns dos convidados com direito a tratamento vip primaram pela ausência!..
Mesmo assim, ainda aguentei Joaquim de Sousa, o orador oficial, e os representantes do BE, PCP e PSD. Quando começou a usar da palavra o representante do PS, como não podia tomar xanax - estava de pé há mais de uma hora -, com muita pena minha, bati em retirada. Perdi, certamente, "um grande discurso", repito, "um grande discurso!", do presidente da Câmara da Figueira da Foz sobre a data gloriosa do 25 de Abril.
Entendamos: na Figueira, o 25 de Abril não está em causa.
O que está em causa, com este executivo, é o retrocesso dos valores de Abril. Em nome de um economicismo balofo, que, nos mínimos pormenores, se sobrepõe às pessoas, está-se a descaracterizar tudo o que de positivo foi sendo feito - e muito foi - ao longo destes anos.
Marcar, por exemplo, uma sessão comemorativa do DIA DA LIBERDADE e não contar com o Povo, simples e sem privilégios, não dignifica a data nem os valores que ditaram a necessidade da sua ocorrência.
O 25 de Abril aconteceu para isto mesmo: para se dizer o que se entende e não sofrer nada com isso.
Antes do 25 de Abril, não era assim. Quem diz o contrário, nunca teve nada para dizer, ou então disse o que o poder gosta de ouvir. Tipo: "a política é para os políticos" ou "deixem-nos governar".
Os ditadores não proíbem apenas o que se diz, ou escreve, tentam proibir o direito que o Povo tem à informação e ao conhecimento...
Os ditadores proíbem tudo o que podem. Sobretudo, aquilo que se chegar ao conhecimento do Povo, pode colocar em risco os privilégios dos que proíbem.
O que os políticos actualmente no poder na Figueira defendem é excessivamente mau.
Daí, o controle sobre os órgãos de informação e as reuniões de Câmara à porta fechada.
Muito próximo do que defendiam os fascistas depostos em 25 de Abril de 1974...
1 comentário:
Que pena!
Hoje voltou a ser um dia de alegria.
Mas por cá a sala corresponde à mentalidade do poder:pequeno e de porta fechada.
Deviam ler Fernão Lopes.
Quando o povo se satura vem para a rua...
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