Oficialmente, arrancam hoje as duas semanas de campanha eleitoral para a ida às urnas a 24 de Janeiro próximo.
Pelo andar da carruagem, só se os portugueses acordarem, teremos o milagre da não eleição de Marcelo, na primeira volta, no próximo dia 24.
Desde logo, porque na actual corrida a Belém, os grandes partidos estão ausentes e os candidatos reivindicam o seu estatuto de independentes face às máquinas partidárias.
Tudo isto é atípico, mas não de menor importância: o que está em discussão democrática é a eleição do cargo do mais alto magistrado da Nação.
A presente desvalorização da função presidencial, pelos portugueses, pelos maiores partidos e pelos órgãos de informação (a imagem fala por si), tem a ver necessariamente com a incapacidade demonstrada durante anos pelo Presidente Cavaco Silva.
Mas isto não explica tudo.
Pouco assisti dos debates, realizados no decorrer da pré-campanha, entre os candidatos presidenciais. Mas, do pouco que vi, pareceu-me tudo algo confrangedor e pobre.
Basta ter constatado o seguinte: a independência foi apresentada como o milagre que poderá regenerar o sistema.
Por outro lado, a proliferação de debates, sem conteúdo, foi uma desoladora novidade desta pré-campanha.
Até agora não existem - pelo menos, que eu desse por isso - ideias estimulantes, os insultos foram soezes e camuflados e ninguém parece saber o que anda por ali a fazer, à excepção de Marcelo.
O seu objectivo é simples e claro: ser eleito à primeira volta.
Como, no que depender de mim, isso não acontecerá, e como gosto das coisas transparentes e a intervenção cívica assim o exige, decidi-me, em tempo, pela candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Resumindo.
Da pré- campanha para as presidenciais de 24 de janeiro de 2016, pouco se aproveitou.
Infelizmente, é um retrato fidelíssimo do país.
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