O texto, é a transcrição da crónica do Engº. João Vaz, hoje publicada no diário AS BEIRAS.
O relato fala por si.
Não é necessário acrescentar mais nada.
Fica uma palavra de solidariedade para o Eng. João Vaz e família, fica o alerta e fica o voto de rápidas melhoras ao sinistrado.
Leiam.
"06.01.2016.
Escadas da esplanada Silva Guimarães, ligação entre o Grande Hotel e o Casino.
Dia de chuva, piso molhado, a pedra da escada parece “gelo” escorregadio.
Não há piso antiderrapante.
Não há contraste no focinho dos degraus.
O corrimão abrange só meio vão de escadas.
Não há respeito pelas normas de acessibilidades (quem fez o projecto? Quem aceitou a obra?).
Há centenas de pedaços de vidro partido, espalhados pelos degraus, cinco dias depois da festa.
O “guião parece ter sido escrito” para que os acidentes viessem a ocorrer.
O ex-professor de educação física, ainda em boa forma física para os seus 77 anos, desce as escadas.
O corrimão termina e deixa de poder apoiar-se.
Desviasse dos vidros, escorrega e cai.
Traumatismo craniano, laceração na zona da nuca, perfuração do tímpano, perda auditiva e choque.
Ambulância, ida às Urgências; horas de observação; TAC e transporte para os HUC em Coimbra, onde está internado nos Cuidados Intensivos.
Há familiares e amigos preocupados.
O Decreto Lei 163/2006 define as normas de acessibilidade a que o espaço público deve obedecer. Contudo, é o instrumento legal menos respeitado no país.
Câmaras e juntas ignoram o direito dos cidadãos a um espaço público seguro e acessível a todos.
Entretanto, são vários os acidentes graves que esta falta de cumprimento provoca.
Aconteceu ao meu pai, poderia ter acontecido a qualquer um de nós."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
3 comentários:
Na hora da bica matinal esta notícia é uma má notícia.
Lamento e a minha solidariedade para o Eng Vaz.
No momento em que se lança a obra de reabilitação do passeio marítimo (tudo o que promova a FFoz me deixa satisfeito) não podemos deixar de perguntar: e quando olham para a cidade?
A falta de um corrimão central,nl local do acidente, é uma falha de há muitos anos. Os degraus são estreitos, o material não tem aderência e falta um apoio central num espaço tão amplo de escadas.
Mas estas "banalidades" que escrevo não são queixas de uma pessoa da terceira idade...basta estar atento e verificar como as familias têm dificuldade em amparar,transportar ou descer crianças.
Obviamente que tudo isto são "pormenores" para os entendidos camarários...os gabinetes estão bem aquecidos ou refrigerados, não é?
A limpeza da cidade, a falta de tinta nas passadeiras, nas marcações nas ruas e estradas,as árvores ao abandono, etc e tal, são observações de quem tem mau feitio e escrevd aqui umas "palermices". Eu sei que essa é a visão do poder e que Carnaval é sempre que um homem quiser.
O café arrefece e tenho que ir ao Mercado...
Que recupere totalmente. Continuo com aquela, não incomodar o sr. presidente!
Obrigado pela atenção e solidariedade.
Darei nota do desenvolvimento do estado de saúde do meu pai e das diligências para melhorar a segurança do espaço público na Figueira da Foz
João Vaz
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