O CM de hoje, afirma que "o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa ganha à primeira volta das presidenciais, segundo uma sondagem CM/Aximage, com 54,6%. Os números revelam ainda um dado surpreendente: o ex-líder do PSD vence em quase todo o eleitorado, da direita à esquerda, com excepção do PCP, em que o concorrente oficial, Edgar Silva, é o escolhido."
Lembro-me que na minha juventude, vivida antes do 25 de Abril de 1974, havia medo de muita coisa - por exemplo, do futuro, sobretudo, penso eu, por causa da artrose...
Muitos, desde logo, negaram-se a viver em função do medo.
Optaram por viver.
Se não tivessem vivido não teriam tido artrose.
A imobilidade causada pelo medo, não faz a felicidade de ninguém. Precisamos do desgaste contínuo de estarmos vivos, da animada fricção das engrenagens com que nos vamos deparando durante a vida.
Devido à quilometragem da vida, aos ossos, tal como a nós, só lhes resta chegar ao fim gastos.
2015, foi um ano que deu para muito.
Portugal, está em mudança.
Deu para ver, por exemplo, um Português que emigrou para França, a salto nos anos 60, dizer que “não se identifica” com “essa gente que está invadir a Europa”.
O futuro de Portugal, é límpido como água pura e cristalina...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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