foto Pedro Agostinho Cruz |
Durante anos - estávamos no tempo do Sócrates, primeiro ministro - trabalhei à noite em Coimbra.
Tive oportunidade de conhecer Coimbra a altas horas da noite e da madrugada.
Encontrei seres humanos abandonados, deitados no chão, cobertos
por jornais, cobertores velhos, sujos e rotos e caixas de cartão. Ao viajar pelas pelas ruas, encontrei estas pessoas, alta madrugada, completamente desligadas do mundo, enquanto a cidade descansava.
Chuva, sol, vento e frio - aquele frio vindo dos lados da Lousã - e eles, indiferentes, continuavam a repousar sobre o cimento duro das
arcadas dos prédios – o mais duro dos leitos-
num sono tão profundo que chegava a imaginar que sonhavam.
Mas, o que poderiam sonhar estas pessoas?
Agora, que tenho tempo para percorrer a Figueira, de dia, cada vez encontro mais lojas fechadas, casas abandonadas,
pessoas a desesperar e desiludidas.
É a actualidade do meu país e da minha cidade.
Entretanto, com a chegada da troika, cresceu a
instabilidade, o medo, a incerteza, a tristeza - nossa e dos nossos amigos e
conhecidos.
Todos os dias aumenta o desemprego, a pobreza, a fome, a
austeridade, o fosso entre classes sociais.
Mas, pelos vistos existe outro país: o do milagre dos vendedores da banha da cobra!
1 comentário:
Ministro da Economia diz que "os sinais positivos que se verificam na economia são sobretudo mérito das empresas".
É isso pá os trabalhadores não teem mérito nenhum a malta não tá lá a fazer nada o merito é das empresas e dos empresarios.
Só quem lhe desse com um gato morto nos olhos até ele miar.
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