É difícil assistir a um debate sério, nos dias que correm, em Portugal.
Por debate sério, entenda-se aquele onde assumimos as
contradições da barricada que defendemos e tentamos encontrar plataformas de
entendimento, ao invés de tentar
hegemonizar pontos de vista.
No entanto, é quando olhamos para criaturas como Passos
Coelho e Vítor Gaspar - neo-liberais
europeus – que constatamos melhor que dali não
vem debate sério nem seriedade.
Como todos sabemos – pelo que se passa no nosso dia a dia - estas alminhas falharam em tudo: na redução do
défice, nas previsões do crescimento, no combate ao desemprego, nas contas da
procura interna e do investimento. Falharam em todas as promessas eleitorais,
como a de não subirem impostos.
Gritaram, insinuaram, insultaram, mentiram - mas, estão a ganhar.
Chamam "comunista", a quem tenta argumentar que um Serviço
Nacional de Saúde é um mínimo exigível para uma sociedade supostamente
civilizada…
O fim da sociedade
justa, que um dia pareceu possível, está a morrer e estamos a assistir ao retorno
ao antes do 25 de Abril.
Entre as massas de apáticos alguns tentam resistir, mas muitos mais estão a esforçar-se para serem
dignos das migalhas que caem da mesa…
Tudo sem alma, sem princípios. Mas, sobretudo, sem ética e
sem moral.
Fingem lutar contra um poder tenebroso... Mas os seus
argumentos são os mesmos: o conservadorismo bacoco que visa impedir o progresso
das mentalidades e o desmoronar de todas as conquistas do 25 de Abril.
E estão a ganhar…
Já há muito que estão
no poder. Aliás, sempre lá estiveram. Fazem o que sempre fizeram: continuam a agitar os espantalhos vermelhos de modo a desmantelar as
ultimas estruturas que nos separam da barbárie social.
E onde estão os resistentes?...
Preocupados em pagar a renda e dar de comer aos filhos...
E, entretanto, tudo
vai ficando pior, terrivelmente pior…
Até ao momento em que, nada nos restando já, percamos o medo
de dizer basta.
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