Na sua primeira aparição pública, Álvaro Santos Pereira foi à FIL visitar a Feira Internacional de Artesanato. Entre perguntas e apertos de mão, deixou cair...
“Falta uma coisa que acho que é importante nisto tudo... Falta uma bandeirinha portuguesa para mostrarmos que é um produto português"!..
Recorde-se que em 2004, já lá vão 7 anos, Scolari, o seleccionador nacional de então, apelou aos portugueses para que, à boa maneira brasileira, usassem a bandeira nacional como amuleto!.. E assim aconteceu...
Só que Scolari não conhecia os portugueses... E não deu instruções para o pagode retirar as bandeiras no final do Europeu de futebol...
E a malta não as retirou!.. E, enquanto esperavam pela ordem de retirada, mesmo sem título para comemorar, os tugas mantiveram as bandeiras a esvoaçar ao vento, ao sol e à chuva!..
Ficaram no estado que a foto demonstra!..
Álvaro: antes de pedir para os portugueses colocarem bandeiras, deveria ter pedido para comprarem bandeiras novas. As que existem, como a foto demonstra, são um símbolo da miséria moral e material em que mergulhou Portugal nos últimos anos.
Álvaro: como sei que tem estado fora de Portugal nos últimos anos, creio que não seria má ideia aproveitar esta sugestão...
Álvaro: acredite, o português só faz o que lhe mandam!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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