Em declarações à Rádio Renascença, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu que a última lei do aborto aprovada pelo Parlamento - que despenaliza a Interrupção Voluntária da Gravidez até às dez semanas - pode "ter ido um pouco longe demais" e tem de ser reavaliada, não excluindo a possibilidade de realização de um novo referendo sobre a matéria.
Questionado, mais tarde, pelos jornalistas, Passos Coelho esclareceu que não vai propor um novo referendo sobre o aborto, mas admitiu que isso possa acontecer por iniciativa de cidadãos que apresentem uma petição ao Parlamento.
"O PSD não toma nenhuma iniciativa nessa matéria, não consta do nosso programa, nem eu anunciei que ia propor a realização de um referendo".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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