O “Expresso” diz que Cavaco comprou a preço de saldo (1,00 € por acção): privilégio de que só ele e mais três accionistas beneficiaram. Os restantes pagaram 1,80 € ou 2,20 € por cada unidade. Mais 80% e 120%, respectivamente. Vendeu, depois, a € 2,40, realizando mais-valias de 140%, fixadas precisamente em 147.500 € – a sua filha, diz o “Expresso”, obteve um ganho da mesma espécie, de 209.400 €.
O “Sol”, por sua vez, defende que Cavaco vendeu barato, aos tais 2,40 €. Na altura o BPN estava a vender a 2,75 € cada acção; isto é, o actual PR e recandidato, segundo o “Sol”, poderia ter realizado cerca de + 14,5% de mais-valias em relação ao preço a que vendeu.
As capas dos dois semanários tomam posições em torno de um aspecto polémico em que a campanha eleitoral se tem centrado: o lucro obtido por Cavaco na trama do BPN. Em nosso entender, este não é o principal pecado de Cavaco Silva. A falta grave, essa sim, é começar por negar e, depois, ter sido apanhado nas ligações financeiras a um grupo de gente nada idónea nem honesta, no qual, por coincidência ou não, se integram Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outros membros dos antigos governos cavaquistas.
Para quem, com o beneplácito dos media, passa a vida a vociferar que teriam de “nascer duas vezes para serem tão honestos quanto ele”, não deixa de ser contraditório e muito embaraçoso ter relações de negócio com amigos tão pouco recomendáveis."
Mau gestor, portanto...
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