Acabei de ler no Correio da Manhã, este naco de prosa:
"Sou um péssimo cozinheiro, tirando o ovo estrelado e aquecer o leite, fazer as torradas. Acho que é melhor não me aproximar do fogão, porque posso fazer asneira como já uma vez aconteceu um caso lá em casa, quando meti na cabeça que era capaz de fazer fatias douradas, que gostava imenso. Não houve um incêndio mas quase" - declarações do Presidente Cavaco Silva aos jornalistas, no final de um encontro com cerca de 50 jovens cozinheiros no Palácio de Belém.
E mais adiante confessou:
“Sou um apreciador de carapaus, de joaquinzinhos, de produtos tradicionais algarvios, coisas que hoje estão a ser novamente colocadas sobre as mesas, como as papas de milho".
E um pouco mais adiante, ainda, confidenciou:
“Quando casei, ofereci à minha mulher livros de cozinha para que me preparasse os «bons sabores»".
Conclusão:
Uma história banal, que pode ser resumida assim.
Um dia, no século passado, o Aníbal casou com a Maria. Como bom e conservador português, ofereceu-lhe livros der culinária e mandou-a para a cozinha!..
Cá está o verdadeiro perfil do presidente.
Um português do século passado.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Um português do século passado com idéias quadradas e atitudes políticas - na maioria das vezes - pouco dignificates para o cargo que foi eleito.
Um abraço.
As ideias não são quadradas. São cúbicas: quadradas por todos os lados!
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