Foto Pedro Cruz
Por paradoxal que pareça, existem mesmo semelhanças entre gaivotas e políticos.
Ambos, são simpáticos, quando observados de longe.
Quando se aproximam, porém, tornam-se antipáticos, mal cheirosos e provocam prejuízos.
As gaivotas, sujam os automóveis, os telhados das casas, etc. Enfim, como sabemos, incomodam e fazem muita merda.
Os políticos, também ... Só que os políticos têm outros recursos para limpar a imagem.
Os jornalistas e os políticos fazem, nos dias de hoje, uma espécie de "casamento perfeito", tendo em vista o espectáculo mediático. Mas, por mais que nos pretendam pôr a olhar para o mundo virtual, muito raramente os telejornais abrem com política.
Ontem à noite, mais uma vez, isso aconteceu. No final do telejornal, tivemos 50 minutos de seca...
Logo, desgraçadamente, num dia em que o país real meteu água por muito lado...
Mas, esse, não é o país dos políticos, é o país no qual vivem os restantes portugueses.
É de manhã, mas vou continuar a dormir para não ter enfrentar o país real...
Não há nada como este maravilhoso “país cada mais igual, justo e democrático..."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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