Pela terceira vez, desde 28 de Setembro p.p., a Comissão Política Concelhia do PSD vai amanhã a votos.
Desta vez, os candidatos são Lídio Lopes e João Pedrosa Russo.
Leia, clicando aqui, algumas das suas propostas para o próximo mandato.
Recorde-se, que esta decisão do CJN do PSD foi tomada, por maioria, na sequência de uma polémica iniciada a 28 de Setembro, altura em que as eleições foram anuladas pela primeira vez, por terem votado militantes que não constavam nos cadernos eleitorais.
Na altura, foi decretada a repetição das eleições para 09 de Outubro p.p., decisão contestada pela lista liderada por Paulo Pereira Coelho - apoiante de Luís Filipe Meneses - que, desde o início, considerou ilegal o processo eleitoral.
Na origem da polémica esteve a exclusão dos cadernos eleitorais de 509 militantes - números avançados por José Elísio Oliveira, presidente cessante da concelhia, apoiante de Pereira Coelho - por alegado pagamento indevido de quotas.
A segunda ida às urnas, a 09 de Outubro, - também anulada pela decisão do CJN - só se realizou após a intervenção da PSP e de um funcionário de uma empresa de chaves, que arrombou a porta da sede, encerrada com madeiras e pregos, acto atribuído à concelhia cessante.
A lista de Lídio Lopes acabou por ser a mais votada. O candidato veio a tomar posse dois dias depois, a 11 de Outubro. A cerimónia decorreu num hotel da cidade, dado a fechadura da sede do PSD ter sido novamente trocada, impedindo o presidente eleito de aceder ao edifício.
A 13 de Outubro, nas vésperas do congresso do PSD, o CJN homologou os resultados das eleições, apesar da reclamação da lista derrotada.
Um mês mais tarde, já na vigência do novo Conselho de Jurisdição Nacional social-democrata e perante a recusa de José Elísio Oliveira em entregar as chaves da sede até que a reclamação apresentada fosse analisada, a concelhia presidida por Lídio Lopes voltou a arrombar a porta.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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