terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Morreu António Almeida Santos

Actualmente Presidente Honorário do PS, tinha 89 anos

Maria de Belém acusada de insultar Mário Soares

O fundador do PS Alfredo Barroso entrou em polémica com Maria de Belém e acusa a candidata à presidência da República de insultar Mário Soares por ter afirmado que Almeida Santos é "porventura o maior de todos os socialistas vivos".
Alfredo Barroso classifica a afirmação da ex-ministra da Saúde como “estúpida” e “vergonhosa” e apela a “todos os socialistas convictos, para que nem um só dê o seu voto a uma candidata a Presidente da República capaz de tamanha canalhice, que de socialista não tem absolutamente nada e que sempre se encostou vergonhosamente à Igreja, às grandes empresas do sector da saúde e à direita reaccionária para fazer pela vida”.
Via jornal i

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

"(…) Ontem como hoje, vinham por aí abaixo (…)"

"Nos séculos passados, é evidente o que deve ter acontecido"…

"(…) Alguns lembram-se de ouvir a mesma coisa aos velhos e teimam: — Somos de Ílhavo… Viemos de Ílhavo… — Também tenho a ideia de que foram os cagaréus que povoaram os melhores e mais piscosos pontos da costa. Ontem como hoje, vinham por aí abaixo, aos dois e três barquinhos juntos, até ao Algarve. (…) O peixe era tanto como no princípio do mundo (…)"

(…) Isto, de que não se deram conta os historiadores que têm tratado do mais célebre capítulo da História de Portugal, sabem-no os etnólogos que têm estudado as pobres comunidades piscatórias, da Póvoa a S.João da Foz, da Afurada à Murtosa, de Ílhavo a Buarcos, da Nazaré a Peniche. Sabem-no até os escritores e poetas que têm observado os pescadores e o seu largo mundo de miséria e de azul.
Apeteceria convidar os historiadores dos Descobrimentos a lerem Pedro Homem de Mello: (…) Virei costas à Galiza; voltei-me antes para o sul… (…) Virei costas à Galiza, voltei-me antes para o mar… (…).
Apeteceria convidá-los a lerem Raul Brandão: (…) Fito-os. É o mesmo tipo que conheço de Aveiro, de Caparica e de Sesimbra. O patrão Joaquim Lobo, de grandes barbas brancas, afirma que esta gente veio de Ílhavo. Alguns lembram-se de ouvir a mesma coisa aos velhos e teimam: — Somos de Ílhavo… Viemos de Ílhavo… — Também tenho a ideia de que foram os cagaréus que povoaram os melhores e mais piscosos pontos da costa. Ontem como hoje, vinham por aí abaixo, aos dois e três barquinhos juntos, até ao Algarve. Aparecia-lhes toda a costa incógnita, os penedos nascidos no meio do mar, os fios de areia reluzindo e as baías entranhadas nos paredões. À aventura iam ter às águas do peixe. E eu sinto como eles a primeira impressão dum panorama nunca visto e duma frescura que ninguém respirou. Descobriram os sítios a que a sardinha se encosta, os fundões que dão a pescada e o cherne, e os melhores abrigos para refúgio do mau tempo. Sabiam a costa a palmos. Voltavam um dia com a mulher, os filhos, a rede e a panela da caldeirada. Fixavam-se no areal, construíam os palheiros, cobrindo-os com rama, e fundavam uma nova povoação. O peixe era tanto como no princípio do mundo (…).
Já no nosso século, o processo continuou, semelhante ao que sempre deve ter sido nos séculos anteriores: como mostram Octávio Lixa Filgueiras e o Com. Gomes Pedrosa, as inovações contemporâneas (como a traineira) alastram a partir da zona basca e cantábrica: uma década mais tarde usam-se na Galiza, duas décadas depois usam-se em Peniche. Os exemplos de fixação galega contemporânea, como Vila Praia de Âncora, junto ao Forte da Lagarteira, simplesmente nos exemplificam os processos congéneres anteriores, ocorridos nos séculos passados em Buarcos, na Ria de Aveiro ou em Peniche.
Nos séculos passados, é evidente o que deve ter acontecido. Os historiadores dos Descobrimentos parecem até hoje não se ter apercebido de que o primeiro dos Descobrimentos Portugueses foi… precisamente… o do litoral português…
E os Descobrimentos seguintes, mais para sul… foram a continuação natural do anterior… e feitos pela mesma gente… (…)

ALFREDO PINHEIRO MARQUES
A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses

A Figueira nunca foi uma cidade de pequenos ditadores...

Estou a assistir à  reunião da câmara municipal, via online (na Figueira, as reuniões de Câmara públicas, apenas a última de cada mês, são transmitidas em directo na internet)...
Neste momento, ao assistir a mais uma destas reuniões tão intensamente polvilhadas de realidade, nem sei bem porque me voltei a lembrar de sonhos.
Já passaram mais de 3 meses sobre o acidente do Olívia Ribau e ainda não se sabe nada sobre o inquérito aberto pelo ministro da Defesa da altura.

A reunião de câmara está a continuar. Neste momento, estão a falar das obras da praia da “calamidade” e eu estou a ficar com a sensação de estar a ver mais um daqueles filmes em que o protagonista chega a uma aldeia que só parece deserta porque, uns estão a fazer a sesta e os que o esperam não contavam com ele tão cedo...
"A obra vai-se fazer", diz o presidente Ataíde a arrumar a questão...
A oposição é que ainda não percebeu o seu papel: colocar questões e levantar dúvidas, então isso é o papel de quem perdeu eleições?..
Aprendam a não chatear: João Ataíde é, apenas, um "ditador à moderna"...

Aldeia do Mar

"Na campanha eleitoral da candidatura para o primeiro mandato – vai no segundo – , João Ataíde prometeu a Aldeia do Mar, um conceito para desenvolver a economia azul, a nível local. Indagado pelos jornalistas sobre o assunto, à margem da inauguração do referido laboratório, o autarca gracejou: «As aldeias vão-se construindo, casinha a casinha. [O centro de investigação da UC] é uma espécie de igreja matriz ou um coreto»."
Via AS BEIRAS

Coisa rara e pouco vista: só acontece uma vez por mês...


Hoje, pelas 15H00, realiza-se uma reunião de câmara à porta aberta.
Entre os diversos pontos da agenda encontram-se a renegociação da dívida da autarquia, que permite uma redução do spread, de 3,25% para 2,75%, e o processo de reabilitação e exploração do complexo da piscina-mar.

Se fosse rico, rico mesmo a sério, comprava uma fracção na Coroa da Burra, para lá instalar uma Recoleta. Havia de passar ali os dias a pescar, a apanhar sol, a escrever e a ler... E a cozinhar, para não pensar em nada...

foto António Agostinho

sábado, 16 de janeiro de 2016

Mortes no porto da Figueira preocupam a Ministra do Mar, que "admitiu que das conclusões do grupo de trabalho poderão levar a uma intervenção de fundo na barra"

para ver melhor, clicar na imagem
Segundo o jornal AS BEIRAS a ministra do Mar, "Ana Paula Vitorino, anunciou ontem que vai criar um grupo de trabalho para avaliar as condições de segurança da barra do porto da Figueira da Foz, onde em outubro morreram cinco pescadores. Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a uma empresa conserveira no porto de pesca local, Ana Paula Vitorino disse que o grupo de trabalho vai envolver os serviços do Ministério que tutela e a autarquia da Figueira da Foz, “precisamente para identificar todas as questões que têm de ser acauteladas, principalmente na área da segurança”. No naufrágio do arrastão “Olívia Ribau”, a 6 de outubro, morreram cinco pescadores e dois foram salvos por uma moto de água da Polícia Marítima, mas a resposta das autoridades foi alvo de diversas críticas. “Esse tipo de casos não pode acontecer sem ter resposta. Acidentes e fatalidades acontecem sempre, e ninguém consegue controlar isso, agora o Estado português tem de ter os meios de resposta adequados para responder a essas situações e é isso que trataremos de ter muito rapidamente”, frisou a ministra. Ana Paula Vitorino admitiu que das conclusões do grupo de trabalho poderão levar a uma intervenção de fundo na barra.

Recorde-se Alfredo Pinheiro Marques: "a obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz (e com a alteração da sua orientação, de oés-sudoeste [WSW, c.247º] para sudoeste [SW, c.225º]), criou um novo e muito diferente enfiamento da linha de entrada e saída das embarcações, que deixou de ser de oeste [W, 270º], ou oés-sudoeste [WSW, c.247º], e passou a ser de su-sudoeste [SSW, c.202º], e muito mais longa do que era antes… Assim obrigando, portanto, a que as embarcações pequenas fiquem expostas, lateralmente, às vagas da ondulação marítima dominante (que, aqui, na enseada de Buarcos, é de noroeste [NW, c. 315º]… Expostas, de través, numa extensão longuíssima… a sul de uma costa arenosa (areia acumulada…) e com fundos baixos… Expostas, obliquamente, enquanto demandam a barra, não aprofundável, que se situa em cima das lajes de pedra em cujo extremo norte está o Forte de Santa Catarina, na Foz do Mondego.
Uma situação impossível para os barcos pequenos, os de pesca e recreio.
Essa obra foi exigida, anunciada, e aprovada, em 2006, 2007 e 2008; teve início neste último ano; realizou-se ao longo de 2009; e ficou pronta em 2010 — e, por isso, logo a partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar, e com o tempo acumulou as areias, ao longo dos anos (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento das areias levou, concomitantemente, ao consequente alteamento das vagas nessa zona.
Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar." 

A impressionante lista dos acidentes e dos mortos pode ser de novo conferida clicando aqui.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ficou todo apanhado do lado esquerdo... Apesar da fisioterapia que teve que fazer, a coluna encolheu tanto que desse lado parece um anão...


Francisco Assis faz forte ataque a Sampaio da Nóvoa, acusando a esquerda portuguesa de aderir a uma "retórica programaticamente eunuca".  

Por Belém...

«O professor Marcelo das análises aos problemas profundos do país, dos lares de idosos, da marmita da bolacha, do desemprego e da pobreza, mal chegue a Belém, vai falar com o Ronaldo. Tanta sabedoria, tanta vida, tanta pátria e faz o que faria qualquer "teenager". Provavelmente, quer uma "selfie" com ele. (…)

Sempre pensei que, assim que chegasse a Presidente da República, o seu primeiro gesto não fosse para com os que tudo têm. Do que conheço de Marcelo, esperava que o seu primeiro gesto fosse para os que foram donos disto tudo. Marcelo ainda me surpreende.»

"Re-Naturalizar"… ("Deus Sive Natura")...

Via CEMAR

A explicação é tão simples...

Se os figueirenses, nos últimos 40 anos, tivessem acompanhado com alguma atenção o que se tem passado na vida política local, teriam facilmente verificado que na Figueira, ao longo destas 4 décadas, nem os que governaram, nem os que fizeram oposição, actuaram a pensar no povo. 
Mais do que correntes políticas, ou de pensamento, a Figueira esteve sempre nas mãos de elites que detêm todos os poderes - em especial o económico.
Ao longo de todos estes anos, se tivessem estado atentos ao que se passa na sua cidade, teriam verificado que estas elites (há quem lhe chame seitas...) exerceram o poder político em função dos seus próprios interesses - individuais e de grupo
Na Figueira, a política é feita com alianças estranhas, que envolvem troca de favores, facilitação de "tachos" e atitudes e negócios difíceis de entender para o comum dos locais.
A cereja em cima do bolo, ao longo dos últimos 40 anos, tem sido a exibição permanente de diversas vaidades pessoais.
Os donos da Figueira sabem que interesses próprios, são diferentes dos interesses públicos.
Reparem no seguinte pormenor: sabem qual é a grande obra do regime que vai arrancar em Fevereiro próximo?..
Com tanta coisa que a cidade e o resto do concelho precisam, acham que, ao contrário de tudo o que é racional, é por acaso que vão ser gastos cerca de 2 milhões de euros no areal da praia da Calamidade?
Nos últimos 40 anos, PS e PSD repartiram o poder autárquico na Figueira. 
PSD 12 anos e o PS o resto do tempo.
Ambos foram iguais: associações de albergue aos apaniguados, salvo uma ou outra muito rara excepção, o que de pior a sociedade produz, gente que ganha a vida como lhe for possível, não olhando a outros interesses que não os seus.
Portanto, calma. O pó vai assentar e os mesmos do costume vão acabar por entender-se e continuar a fazer a sua vida à sombra desta democracia de maus costumes e de más práticas.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Câmara e Naval dialogaram hoje

"A pedido da direcção da Naval 1º de Maio decorreu hoje nos Paços do Concelho uma reunião com o Presidente da Câmara. 
O objectivo deste encontro foi esclarecer pessoalmente o Sr. Presidente acerca de alguns comunicados publicados recentemente nas redes sociais e que em nada contribuem para o alcançar de uma solução, que se pretende célere e eficaz. 
Reconhecendo o incumprimento do contrato assinado com o Município, a direcção da Naval 1º de Maio comprometeu-se a apresentar uma proposta que não ponha em causa a continuidade da utilização do Estádio Municipal José Bento Pessoa. 
O Presidente João Ataíde agradeceu a cordialidade da direcção da Naval 1º de Maio, disponibilizou toda a ajuda técnica necessária e pugnará pela resolução breve desta questão."

Via Município da Figueira da Foz

CONTRA A NATUREZA (II)

foto António Agostinho
Não vou escrever nada de novo - ficam as fotos.
Apenas porque tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

Um candidato que se ganhar coloca o desempenho do cargo ao nível da nossa imprensa desportiva...

Um dos primeiros gestos de Marcelo como Presidente "será para Ronaldo"!..

CONTRA A NATURZA


"Após a selecção do projecto vencedor do concurso para a requalificação da praia, sabemos mais sobre a orla costeira, sabemos mais sobre a diminuição, a dinâmica e a importância do transporte de areia ao longo da nossa costa. Sabemos mais sobre os riscos e desafios que nos colocarão as alterações climáticas. Sabemos mais sobre os efeitos da extensão dos molhes à entrada do Porto da Figueira, sobre a acumulação de areia a norte e a erosão costeira a sul. Entretanto, a situação agravou-se e o mar tem entrado terra adentro e ameaçado terras e pessoas da margem sul. Hoje conhecemos todos estes factores que não foram incluídos nos termos do concurso nem previstos pelo projecto vencedor. Acresce que conhecemos mais sobre possíveis soluções para os problemas costeiros do concelho, sobre a importância da praia e das dunas na defesa da costa, sobre as soluções de transporte de areia para responder a desequilíbrios entre escassez e excesso de areia entre as duas margens. Sabendo tudo isto e sabendo também que a construção prevista (embora em versão reduzida) no projecto de requalificação da praia poderá ser incompatível com as algumas das soluções do Grupo de Trabalho do Litoral, porque é que se mantém estoicamente o projecto, sobretudo se essa construção enfrentará inexoravelmente a própria natureza (mar, temporais, etc.) e a aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente?"

Rui Curado da Silva, na sua habitual crónica no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Depois, não digam que não foram avisados...

Somos Figueira critica gestão da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião

FOTO DB/JOT’ALVES
Carlos Tenreiro, membro da Assembleia de Freguesia de Buarcos e São Julião eleito pelas listas da coligação Somos Figueira: “chega de obras de fachada” .
"Em causa está a construção de um armazém (120 mil euros), uma estátua do Infante D. Pedro (60 mil euros) e painéis de azulejos, num total de 200 mil euros." 
Nesta conferência de imprensa, o autarca do PSD fez-se acompanhar por António Lapão e António José Rolo, também membros da Assembleia de Freguesia de Buarcos e São Julião, eleitos pela lista de Carlos Tenreiro, e pelo presidente da Concelhia do PSD/Figueira, Manuel Domingues. 
Na oportunidade, o antigo candidato à Junta de Buarcos e São Julião defendeu que era melhor aplicar o dinheiro em acções sociais, acusando a junta de disponibilizar “valores ínfimos” para esta área.