"O ano de 2022 marca novo período de crescimento nas vendas de bens de grande consumo, à boleia da subida da inflação. Os dados do Scantrends da NielsenIQ mostram que, no total, os portugueses gastaram 11 821 milhões de euros nos super e hipermercados, um aumento de 9,6% face ao ano anterior, correspondentes a mais 1036 milhões. Significa isto que abastecer a despensa custou, em média, 32,4 milhões de euros diários às famílias portuguesas.
Isto não significa que os consumidores estejam a comprar mais, estão é a pagar tudo mais caro. Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, garante mesmo que estas taxas de crescimento são "balofas", porque correspondem apenas ao efeito inflação. "Vendeu-se menos, embora mais caro, e a prova disso é que o consumo retraiu a vários níveis, desde a compra de produtos mais baratos, mantendo o mesmo padrão de consumo, à escolha de produtos complementares, mas de qualidade inferior. E há mesmo redução de compra, com o consumidor a preferir fazer mais idas ao supermercado, mas comprando apenas o que precisa".
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