Como Lesia e Yulia, há
muitos outros. A título
particular, dezenas de porugueses viajam até à Polónia para trazerem refugiados ucranianos. Preocupam-se apenas com o transporte, sem garantias de alojamento, alimentação ou
emprego a quem faz a viagem. Em muitos casos, os
refugiados são largados em
abrigos temporários, onde
apenas conseguem ficar
uns dias. “Recebemos muitos pedidos [de ajuda] de
pessoas que já estão no
país. Só temos capacidade
para 25 pessoas e estamos à
procura de alojamento permanente para elas. Quem
vier agora não pode ficar
mais que um ou dois dias
porque não lhes podemos
oferecer condições”, explica Rosário Ochoa, psicóloga e presidente da Fundação Graça Gonçalves (Lugar dos Afetos), que adaptou um parque temático,
em Aveiro, para alojar refugiados. Esta é apenas uma
das instituições a braços
com o problema.»
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 28 de março de 2022
"Organizações acusam voluntários de estar a usar quem foge da guerra na promoção pessoal"
Voluntários vão buscar refugiados e deixam-nos ao abandono em Portugal«Lesia e Yulia viviam em Chernivtsi, cidade no Sul da Ucrânia. Fizeram cerca de 40 quilómetros a pé até à fronteira de Siret, na Roménia. Chegaram a Lisboa no dia 21 de março, depois de aceitarem o transporte a título particular de um grupo com sete carrinhas de nove lugares cada.
Voluntários que apenas lhes asseguraram a viagem. Através de uma amiga, conseguiram abrigo temporário numa casa em Azeitão, onde estiveram sete dias. Não tinham casas à volta e muito menos acesso a transportes ou supermercados.
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