"O Cabedelo deve ser a única praia do país onde APA propõe a deslocalização de edificações para a frente marítima. A alteração do Plano de Praia pretende contornar as condicionantes às novas edificações previstas, no PDM, na FAIXA DE PROTEÇÃO COSTEIRA. Ao contrário do que advoga no resto da costa, no Cabedelo a APA quer legitimar a construção em ESPAÇO NATURAL das edificações que pretendem demolir em ESPAÇO URBANO.
Primeiro desloca as edificações para cima do mar e depois propõe um MURO DE BETÃO para as proteger. São três disparates para nós pagarmos: a demolição, a construção e o muro de betão."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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