Na campanha que nos há-de conduzir ao desfecho das autárquicas 2017, já vi dois debates entre os candidatos às eleições no concelho da Figueira da Foz.
Como figueirense, tento saber o mais que posso sobre a realidade, que aliás conheço pouco, salvo aquela que entra pelos olhos dentro de quem mantém um olhar minimamente atento.
A primeira vitória de João Ataíde, há quase 8 anos, apoiou-se num princípio que se impunha: mudar as moscas e sanear as finanças camarárias.
Foi um bom princípio, mas por ai se ficou...
O segundo mandato, com maioria absoluta, a avaliar pelo que dizem os seus opositores e muitos figueirenses, terá sido pior do que o primeiro.
Na Figueira, a gente sabe como a cidade está e sabe também de quem é a culpa...
Ao longo dos anos o PS e o PSD têm dividido entre si o campeonato do “quem faz pior”.
Sempre que os grandes interesses falam, a Figueira cala-se.
Vistos já dois debates (um entre candidatos à câmara; o de ontem à noite para a mega freguesia Buarcos/S. Julião) e ouvidos os candidatos, pouco ficou esclarecido.
Nas autárquicas não tenho qualquer dúvida. ..
Voto nas pessoas...
Naqueles que, do meu ponto de vista, são os mais competentes, os mais empenhados em resolver os problemas no interesse de todos…
Resumindo: naqueles que, para mim, são indiscutivelmente os mais capazes e sérios!
Mas, como chegar aí?
Francamente não sei.
Dois debates depois e ainda não houve debate...
Tudo malta porreira, tudo gente de bem e civilizada, mas discussão política: nada, zerinhos!..
O debate de ontem à noite, foi uma pasmaceira...
Discutiu-se o sexo dos anjos e os anjos do sexo, o sexo da política e a política do sexo, o sexo da bola e a bola do sexo...
E até os cães: a sua vida, a sua morte e, até, a merda que eles fazem...
Ficou por saber, pois ninguém se lembrou desse pormenor, se um cão morto tem direito a subsídio de funeral...
Duas horas depois, ficámos sem saber o essencial: as ideias e as propostas que cada candidato tem.
Mais uma vez, José Esteves levou a água ao seu moinho...
Parabéns campeão!
A Figueira, entretanto, vai continuar a ter problemas na habitação, na mobilidade, no associativismo, nos espaços verdades, na cultura, no emprego, no turismo (que coloca em causa coisas várias, pois a Figueira continua uma urbe impreparada para os locais quanto mais para os turistas!..), no areal da Figueira, na barra, no rio, na serra, no comércio tradicional, na desertificação do casco velho...
A parte positiva foi ficarmos a saber que o Luis Carlos conhece a mega freguesia e os seus problemas como a palma das suas mãos...
Será que vai conseguir fazer diferente?
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