terça-feira, 12 de julho de 2016

A necessidade não aguça o engenho, antes o exige...

Calma: hoje ainda não é assim. Amanhã, não sabemos...
"Pedi-vos que se lembrassem dos portugueses que vivem cá dentro e dos que vivem lá fora e vocês lembraram-se sempre em todos os minutos. Lembraram-se do que podiam fazer pelo orgulho de ser português e os portugueses retribuíram: os que foram há 50 anos ou os de agora e que hoje entram nos empregos dizendo que não são só cidadãos de primeira, mas são «tão bons ou melhores do que vocês»".

Via Record

NOTA DE RODAPÉ.
Não sei o que pensam, mas tudo isto parece-me um pouco lamechas, piegas e manhoso...
Recordo Manuel António Pina.
"Obrigado, futebol, por tudo o que nos deste, pelo vinho e pela cicuta (e pelo esquecimento).
Obrigado pelos dias desordenados e pelas noites transbordantes, obrigado por não teres cabido em nós e por nós não termos cabido em nós, obrigado pelas lágrimas e pelo riso, pelas cataratas de cantos, pelo incêndio das bandeiras, pelo amarelo e pelo azul, pelo oiro e pela tempestade, obrigado pelo escândalo ruidoso da alegria, obrigado pelo regozijo e pela esperança, pelos muros efemeramente derrubados, por todos os abismos que, por um momento, se fecharam entre nós.
Agora que partiste, voltaram eles, saídos da sombra, os dos discursos, os das promessas, os economistas, os usurários, os eunucos («os eunucos devoram-se a si mesmos / lambuzam de saliva os maiorais…», cantava, recordas-te? o Zeca Afonso), os meros aldrabões. As palavras deixaram de ser límpidas e sonoras, e servem de novo, não para iluminar, mas para confundir, e as mãos para mistificar e para ocultar. Aqueles desconhecidos que ainda ontem abraçávamos na rua olhamo-los agora com estranheza e com desconfiança e, se vêm na nossa direcção, viramos a cara para o lado e apressamos o passo.
Que nos aconteceu, que ficámos sós?
De repente fez-se um grande silêncio: copos vazios, papéis pelo chão, realidade, sujidade. De que falaremos agora? Que diremos uns aos outros? Olha para nós, cabisbaixos como essas bandeiras pendendo ainda das últimas janelas, destroços cansados de um passado quase perfeito. As ruas estão de novo desertas e já ninguém passa de automóvel gritando e saudando-nos com os braços imensamente abertos.
Agora que tudo voltou a ser lento, sórdido e obscuro, obrigado, futebol, por nos teres permitido um instante de claridade."
Manuel António Pina, Visão, 29 de Julho de 2004

2 comentários:

Anónimo disse...

Payet, vai à merda!
C'était la vache qui ri!

A Arte de Furtar disse...

França é a campeã... a atropelar a meta do défice
12 DE JULHO DE 2016 - TSF on line

O Instituto alemão Ifo contabilizou, desde 1999, 114 derrapagens não autorizadas à meta do défice.
Até esta terça-feira, nenhum país tinha sido alvo de sanções.

http://www.tsf.pt/economia/interior/franca-e-a-campea-a-atropelar-a-meta-do-defice-5280042.html